“Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se de fato guardarmos firme até ao fim a confiança que desde o princípio tivemos” (Heb 3.14)
Em nós mesmos somos inseguros em relação a muitas coisas, especialmente aquelas que nos atemorizam e desafiam, e isto, desde a nossa infância.
Entretanto, podemos estar certos de que a confiança que depositamos em Jesus Cristo está livre de qualquer tipo de insegurança.
Na comunhão com Ele não temos qualquer temor que possa prevalecer sobre nós, porque o Seu amor lança fora o medo, a incerteza, a dúvida, a desconfiança.
Jesus não nos chamou simplesmente para nos livrar da condenação eterna no fogo do inferno, mas para efetuarmos conquistas sobre o reino das trevas, sobretudo resgatando almas das garras do diabo.
Provamos para nós mesmos que somos de fato pertencentes a Cristo e participantes da Sua natureza divina, por permanecermos firmes na fé até ao fim da nossa jornada neste mundo.
É por isso que se diz que confirmamos que somos participantes da vida ressurrecta de Cristo, pela ação do Seu poder e graça em nossas vidas, todos os dias, até o fim, e desde o início da confiança que depositamos nEle desde o dia da nossa conversão.
Se a justificação é a base e a causa da salvação, a santificação é a evidência da mesma.
É por isso que lemos em Hb 6.1-3, uma exortação para a busca do amadurecimento espiritual, rumo à perfeição, porque a tendência natural da maioria dos cristãos é a de se acomodarem, depois de terem sido salvos.
Mas a vida cristã é uma caminhada, no caminho da perseverança e da santificação.
A vida cristã é uma carreira, e não uma mera expectativa contemplativa do cumprimento da promessa da glória do céu.
Não é suficiente, conforme a vontade de Deus, sabermos que Cristo é nosso Salvador e que por meio dEle fomos justificados, é necessário ter permanente e vital união com Ele, conforme o próprio Jesus nos ordenou dizendo que deveríamos permanecer nEle e na Sua Palavra.
O verbo “cair” empregado no texto de Heb 6.6, corresponde no original grego à palavra “parapipto”, que significa “desviar-se” ou “apostatar”.
É o mesmo verbo usado em Heb 3.12, onde está traduzido como “afastar-se”. E este afastamento referido, é o afastamento de Deus.
A Palavra afirma em Pv 24.16, que “sete vezes cairá o justo, e se levantará”.
A experiência tem revelado esta verdade; porque muitos são os que se desviam, mas se reconciliam posteriormente com o Senhor, porque a bondade e misericórdia do Senhor, vão em busca da ovelha desgarrada e perdida, para trazê-la de volta ao aprisco.
Quando os ossos do cristão são quebrados, o Senhor os restaura novamente.
Um cristão verdadeiro pode cair, mas não numa queda definitiva, que seja para a perda da vida eterna, que recebeu pela graça.
O próprio Noé, campeão da justiça, depois que se embriagou, arrependeu-se certamente, e permaneceu salvo pela soberana graça.
Noé caiu, mas não numa queda final para a morte eterna, que ocorrerá somente com aqueles que não têm a Cristo, no dia do grande juízo de Deus.
Daí o convite que seu autor faz aos hebreus para se aproximarem, com confiança, do trono da graça, para acharem misericórdia em ocasião oportuna, e para entrarem no Santo dos Santos, depois de terem se purificado de toda má consciência. Ele os chama a se santificarem, porque sem isto, não é possível estar efetivamente em comunhão com Deus no Santo dos Santos celestial.
Desta forma, está claro que, se um cristão não pode perder a salvação, no entanto, pode se desviar do caminho da verdade.
O fato de Deus tolerar e suportar que o erro caminhe ao lado da verdade, que o joio cresça ao lado do trigo, não significa de modo algum que Ele seja indiferente ao erro. Muito ao contrário, tem determinado um dia em que cada um dará contas de Si mesmo perante Ele.
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