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Justiça e Santidade
D. M. Lloyd Jones

Por D. M. Lloyd Jones

Há alguns que dizem que a diferença entre a justiça e a santidade é a diferença que existe entre a relação do homem com o seu semelhante e a sua relação com Deus. Bem, isso é verdade, em certo sentido, mas não aceito que isso demonstra a real diferença entre essas duas coisas. A justiça dá a idéia desta reta ordem, deste reto entendi­mento e, portanto, do reto viver. O termo indica uma retidão, uma integridade, que é restabelecida no homem pelo poder criador de Deus quando Ele regenera um ser. A santidade sugere algo que é inteira­mente separado do mal, algo que é posto a um lado e que se separa. Não somente se separa do mal, mas odeia o mal! Significa pureza essencial da natureza e do ser. Noutras palavras, a diferença entre as duas coisas visa salientar este elemento de pureza que governa a totalidade. Não se trata mais de uma questão de equilíbrio certo e de proporção certa; o equilíbrio está na própria natureza das coisas. Além disso, a santidade do novo homem é um reflexo desta característica ou deste atributo essencial de Deus - santidade! É reflexo desta pureza – algo inefável! É algo que não podemos descrever por causa da inadequação da nossa linguagem, todavia algo que é eternamente diferente do pecado e do mal em sua essência e em todas as suas manifestações. A Santidade de Deus! Deus é santo! São estas, pois, as duas caracterís­ticas que o apóstolo nos diz que são muito proeminentes na nova natureza, nesta nova vida, neste novo princípio, nesta semente que foi colocada no novo homem. No entanto, notamos que até a isso ele acrescenta algo. Infelizmente a Versão Autorizada (como a Versão de Almeida, Edição Revista e Corrigida) não é tão boa como poderia ser. Diz ela: "que segundo Deus é criado em justiça z verdadeira santidade”. Mas geralmente se concorda que deveria dizer: "que segundo Deus é criado na justiça e na santidade da verdade" (cf. ARA). É importante que notemos esta diferença na tradução, a fim de assinalar--se o contraste visado pelo apóstolo. No versículo 22, como aparece na Versão Autorizada, lemos sobre as concupiscências ou cobiças enganosas, e concordamos que deveria ser, as concupiscências do engano (como na ARC e na ARA). A vida inteira do ímpio, do incrédulo, do não regenerado, é governada pela mentira, pelo engano, por algo que é falso - a característica total do diabo. Entretanto aqui, diz o apóstolo, está a completa antítese disso: a justiça e a santidade são da verdade! A vida do novo homem é, toda ela, algo que é caracteri­zado pela verdade. E aqui certamente está uma coisa que é comple­tamente básica e fundamental. Vemos a diferença entre as duas vidas - o caráter horrível da vida de engano! Vemos a verdade, a beleza e a maravilha da vida de justiça e de santidade! Vemos por que devemos apressar-nos a despojar-nos do velho homem e a revestir-nos do novo. Na Epístola aos Colossenses encontramos um paralelo exato da declaração feita pelo apóstolo em Efésios: "(E vós crentes) vos revestistes do novo (homem), que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (3:10). Noutras palavras, o apóstolo está dizendo que esta nova vida é inteiramente governada pela verdade; a justiça e a santidade são realmente produzidas pela verdade; são estimuladas pela verdade, e são encorajadas a crescer pela verdade.

Parece-me que este é um modo muito frutuoso de examinar a vida cristã, e é algo frequentemente ressaltado no Novo Testamento. No capítulo oito do Evangelho Segundo João, por exemplo, onde se registra que o nosso Senhor estivera pregando sobre a Sua relação com o Pai, é-nos dito que isso maravilhou tanto aos que O ouviam que muitos deles creram nEle; e mais adiante nos diz o texto: "Jesus dizia pois aos judeus que criam nele: se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". A verdade! Permanecei, diz Ele, nesta Minha palavra que ouvistes, e então "verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Vemos outra ilustração da mesma coisa na oração sacerdotal do nosso Senhor, no capítulo 17 do Evangelho Segundo João, onde lemos a petição que Ele fez pelo Seu povo: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (VA: "Santifica-os por meio da verdade . . ."). Observamos que é a verdade que santifica, e assim Ele ora rogando ao Seu Pai que os santifique por meio da verdade. Há, portanto, um sentido em que podemos dizer que o objetivo da salvação, bem como o seu método essencial, e o seu fim principal, é levar-nos ao conheci­mento da verdade. Observem como o apóstolo o expressa no capítulo dois da sua Primeira Epístola a Timóteo; "Deus nosso Salvador . .. quer que todos os homens sejam salvos, e cheguem ao conhecimento da verdade" (2:3-4). Como é importante o lugar dado à verdade!

Mas por que será que a espécie de exortação que temos aqui, sobre o despojamento do velho homem e o revestimento do novo, é sempre necessária? Por que é que todos nos, como cristãos, não somos perfeitos? Por que é que a Igreja parece como parece nos dias atuais? Que acontece? Qual a real explicação? Eu não hesito em afirmar que é em parte e principalmente porque o nosso conceito fundamental da salvação é errôneo. Não pensamos nela em termos da verdade.Com demasiada freqüência pensamos nela somente em termos do senti­mento ou da experiência. Talvez tenhamos estado em péssimas condições e infelizes depois de havermos sido derrotados por alguma coisa; depois fomos libertos, e nos inclinamos apensar: agora tudo está bem, sou feliz, ao passo que antes eu me sentia miseravelmente mal; agora sinto uma alegria que não sentia antes, e tenho vitória onde antes fora derrotado. E ficamos nisso! É natural, porém está completamente errado. A experiência é uma parte vital da nossa vida cristã, mas não é toda ela. E é porque tendemos a deter-nos nestes pontos e nestas conjunturas, ao invés de irmos adiante e concebermos as nossas experiências em termos da verdade, que nos vemos nestas constantes dificuldades e problemas. O apóstolo escreve a sua Epístola para levar os cristãos a compreenderem que o homem é como é, em sua condição de pecador, porque acreditou numa mentira, porque se tornou um desconhecedor da verdade; e o que o homem necessita acima de tudo mais, é ser levado de volta ao conhecimento da verdade! É certo que ele necessita ser liberto dos seus pecados particulares; é certo que ele necessita receber alegria e muitas outras coisas; todavia o real proble­ma com o homem é que ele acreditou na palavra do diabo, acreditou"numa mentira, seguiu o pai da mentira, aquele que foi mentiroso desde o princípio; e daí em diante ele vive uma vida de engano e debaixo do domínio do engano. O que o homem necessita acima de tudo mais é ser levado de volta ao conhecimento da verdade.
Há somente um modo pelo qual isso pode acontecer; e esse é que precisa ser dado ao homem um novo princípio de vida. Sem o mesmo ele não pode enxergar a verdade. "O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus"; ele é incapaz disso, ele está em inimizade contra Deus, toda a sua vida é antagônica a Deus. Portanto, não é suficiente dar-lhe instrução. Se a verdade for colocada diante dele, ele não conseguirá vê-la. Mas quando um homem é criado de novo segundo a imagem de Deus, e lhe é dada esta nova vida, ele tem a capacidade de compreender a verdade, crer na verdade, gozar a verdade, e de crescer na graça e no conhecimento dessa verdade. E é exatamente isso que nos acontece na regeneração. Recebemos essa nova capacidade, a capacidade da verdade.

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Este texto é administrado por: Silvio Dutra
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