Às oito da manhã de um domingo, sou acordado pela música ouvida pelo meu vizinho; melhor dizer, forçosamente ouvida por toda a vizinhança. Uma “música” se assim posso chamar, desses tipos, monossilábicas, que não têm nada a dizer e nas poucas palavras que o energúmeno que a criou consegue articular, há um real incentivo à humilhação da mulher, de um real rebaixamento cultural e intelectual que fiquei chocado.
Não sei você, grande parte deve ter um pouco mais de idade que eu, que desfrutei do final da década de 80 e aproveitei bastante os anos 90; talvez você que leia isso, neste momento, tenha aproveitado décadas anteriores, onde havia os bailinhos, os namoricos de portão. Tempos onde as pessoas sabiam ler, não ler a palavra escrita, apenas; mas sabiam ler a vida, interpretar seus fatos e construírem algo útil.
Tenho saudades, inclusive dos tempos que não vivenciei; tempos que conheci apenas nas páginas da História e na fala do meu pai. Me revolta o fato, da sociedade viver uma verdadeira miséria cultural, quanto ao que se fala de música, leitura e entretenimento, e acharem que isso é algo construtivo.
Talvez tenhamos um País tão subdesenvolvido por uma parcela de culpa do próprio povo, que de forma tão escancarada endeusa seres desprovidos de capacidade, que fazem qualquer “musiquinha” burra e escrevem qualquer meia palavra à toa.
Tempos modernos estes; mas eu queria os tempos antigos de volta.
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