Que dom.
Como é bom falar, como é bom falar de meu amor.
Somente tu podes explicar.
Nada do que vi, do que vivi, do que senti, pude explicar.
Mas continuo a falar.
Ó pai. Veja a Glória.
Escolhestes a mim para escrever.
Nesse monte estou a te escutar, a te amar.
Onde está?
Eu errei tantas vezes.
E o mundo? Ah! Deixe-o para lá.
Veja a Glória.
Veja eu e ela.
E o amor que sinto.
Ó pai.
Não deixe que seja apenas um rabisco.
Que em nossa horta não seja apenas um chuvisco.
Deixe me ver a justiça.
Cega-me dá calamidade.
Deixe-me matar a saudade.
Ó pai.
São tantas as coisas nesse mundo desatino.
Já passou tanto tempo.
Veja que meu amor não é repentino.
Deixe-me voar.
Ó pai deixa-me com ela estar.
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