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A IGREJA EMERGENTE
Pr. Roger Oakland/Mary Schultze

A história revela que os modismos e tendências cristãos vêm e vão... Parece que se tornou comum a muitos pastores e líderes de igrejas a busca de alguma nova metodologia, “nova onda” ou uma “coisa nova” que Deus está realizando, neste exato momento.

Vivemos num período da história eclesiástica caracterizado pelo entusiasmo por métodos e meios que possam facilitar o crescimento da igreja. As grandes igrejas em geral são comparadas com pastores bem sucedidos e com os bem sucedidos métodos do crescimento da igreja. Qualquer coisa que se possa fazer para alcançar esse objetivo é aceitável, segundo nos disseram. O crescimento da igreja tornou-se a medida padrão para um Cristianismo de sucesso.

O Cristianismo com Propósito - Também é verdade que as maiores e mais rápidas igrejas em crescimento e movimentos eclesiásticos, nos dias de hoje, promovem o conceito do “com propósito”. Não importa onde se possa chegar; hoje em dia, em qualquer parte do mundo, o “com propósito” está sendo proclamado como o mais recente método de crescimento da igreja.

Mas vamos parar um instante e pensar. O que é que define o sucesso segundo a perspectiva bíblica? Conquanto estejamos habituados a aceitar números ou quantidade como a base de medida do sucesso, quando se trata do Cristianismo, a quantidade sem qualidade pode ser mal direcionada.

Conforme a Bíblia, vamos considerar esse movimento de crescimento tão em voga, conhecido como “com propósito”. Antes de o fazermos, vamos rever a premissa bíblica de que devemos comparar nas Escrituras os ensinos de homens como o fizeram os bereanos, pesquisando as Escrituras com diligência. “E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”.

O Propósito do “com propósito” - Um dos objetivos principais do movimento de crescimento da igreja “com propósito” é o seu crescimento. Este crescimento depende do acréscimo de membros, baseado em todas as técnicas humanas. Enquanto os seus promotores afirmam que esses métodos são encontrados na Bíblia, temos razão para questioná-los.

Parece que muitas das técnicas “com propósito” são orientadas para o que está em nosso íntimo, e não para o que possamos fazer pelo outro. Os líderes bem sucedidos das igrejas “com propósito” descobriram o que agrada aos buscadores que vêm à sua igreja e então provêem para que estes tenham um ambiente de culto que possa receber a sua aprovação. Então, as igrejas “com propósito” podem se tornar comercialmente orientadas ao “buscador interessado”, mesmo não sendo tão bíblica a ponto de ofender esses “buscadores”.

A maioria dos cristãos iria concordar que para sermos fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Sua Palavra o crescimento saudável da igreja deveria estar embasado na Palavra de Deus. Contudo, uma igreja comercialmente conduzida, embasada em métodos humanos com o fim de aumentar a membresia, pode produzir convertidos que serão semi-analfabetos bíblicos.

A Palavra do Homem ou a Palavra de Deus - As Escrituras foram cuidadosamente traduzidas do Hebraico e do Grego, de modo que a Palavra de Deus pudesse ser compreendida nas línguas atuais. Alguns dizem que deveríamos tornar a Bíblia mais compreensível, tomando o seu conteúdo e adaptando-o às palavras humanas. Mas, será que essa ideia é bíblica?

Lembremo-nos que a Bíblia nos foi dada por Deus. Como Paulo disse a Timóteo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Timóteo 3:16-17).

Conquanto a Bíblia tenha sido escrita por mãos humanas, suas palavras foram inspiradas por Deus. Não só foram as palavras inspiradas, como a Bíblia declara que os humanos estão proibidos de alterar as Escrituras, quer acrescentando ou subtraindo o que Deus disse. Quando lemos o Livro de Apocalipse, podemos saber disso.

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” (Apocalipse 22:18-19). Então, segundo as Escrituras, os humanos entram em terreno minado, quando tomam a liberdade de acrescentar ou deletar o que Deus disse. Contudo, o fato é que muitas igrejas que buscam membros interessados têm procurado tornar as Escrituras mais atraentes, alterando a verdadeira inspirada Palavra de Deus e re-interpretando-a com ideias concebidas pela visão humana.

De quem é “A Mensagem”? - Podemos considerar, por exemplo, uma nova versão da Bíblia, a de autoria de Engene Peterson, conhecida como “The Message”. Descrita como uma “entrega contemporânea da Bíblia, a partir das línguas originais, destinada a apresentar o seu tom, ritmo, eventos e ideias na linguagem atualizada”, esta versão parafraseada da Bíblia é, de fato, nada mais que uma apresentação dos pensamentos e visões de Peterson [partidário do Panenteísmo]. Peterson tomou as palavras cuidadosamente traduzidas da Bíblia, tendo-as colocado em suas próprias palavras e idiomas escolhidos.

Rick Warren, autor dos livros - “Uma Igreja com Propósito” e “Uma Vida com Propósito” - tem dado um forte apoio a “A Mensagem” de Eugene Peterson. Conquanto Warren afirme estar citando a Bíblia, quando ele cita ”A Mensagem”, não cita a Bíblia. Ele está citando os pensamentos e um homem qualquer, o qual acha estar declarando o que a Bíblia diz.

Vocês podem indagar: mas o que há de errado nisso? Não é melhor que um interessado leia qualquer versão da Bíblia do que não ler Bíblia alguma? Muitos cristãos, mesmo tendo sido crentes por muitos anos, queixam-se da dificuldade de entender a Bíblia traduzida literalmente do texto original. Se alguém se dispõe a torná-la compreensível, não seria esta uma grande ferramenta para semear o evangelho de Cristo?

Essa maneira de arrazoar parece aceitável. Contudo, também sabemos que o que parece direito ao homem pode ser errado na perspectiva divina, conforme Provérbios 14:12: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Alem disso, quando confiamos em pensamentos humanos, em vez de confiarmos nos pensamentos divinos, é mais que certo que seremos enganados (Jeremias 17:5). Com referência a “A Mensagem” de Eugene Peterson, existe uma mensagem que deveria ser clara. Se queremos a verdade e somente a verdade, leiamos a Bíblia e não uma conjectura humana do que um homem acha que Deus disse. De outro modo, podemos chegar ao suicídio espiritual.

Relevância sem compromisso - Embora seja verdade que o Cristianismo deve ser relevante, a fim de se tornar efetivo, até que ponto poderemos nos distanciar dos modelos bíblicos e ainda continuarmos a ser boas testemunhas do evangelho de Cristo?

Vocês, quem sabe, talvez ainda não tenham ouvido falar de um novo modismo que está inundando a igreja cristã. Muitos estão dizendo que aí vem uma grande mudança. A era do “buscador interessado” já passou. Estamos sendo agora encaminhados para um novo período na história da igreja. É o da chamada “Igreja Emergente”.

Rick Warren é também um grande incentivador da Igreja Emergente. Foi isso que ele escreveu no livro de Dan Kimbal [outro adepto do Panenteísmo]: “A Igreja Emergente - Um Cristianismo Melhor Para as Novas Gerações”.

Como pastor, tenho observado que as igrejas adotam muitos estilos contemporâneos na adoração, na programação, na arquitetura, na música e noutros elementos. Tudo, bem, contanto que a mensagem bíblica não seja mudada. Mas o que quer que esteja agora em moda, logo estará fora de moda e os ciclos de mudança estão se tornando cada vez mais curtos, auxiliados pela tecnologia e pela mídia. Novos estilos e preferências, bem como os modismos, estão sempre em mutação (Livro de Dan Kimbal, p. 7).

É verdade que nas últimas décadas muitas novidades vieram e se foram e nem todas eram embasadas na legítima doutrina bíblica. De fato, a razão de muitos desses modismos terem acontecido foi porque os cristãos têm estado vulneráveis aos “ventos de doutrinas”, os quais não têm qualquer embasamento bíblico. Sobre isso a Bíblia nos adverte, em 1 Timóteo 4:1 e em 2 Timóteo 4:3-4: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios... Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas”.

Rick Warren é um entusiasta da Igreja Emergente, acreditando ser esta a igreja do futuro. De fato, ele acredita que será nesta “emergência” que a igreja com propósito, por ele fundada, está para emergir. Ele escreveu:

“Nos últimos anos os interessado espirituais mudaram bastante. Em primeiro lugar, existe uma porção muito maior destes. Estão em toda parte. Nunca vi tantas pessoas tão famintas para descobrir e revelar a dimensão espiritual em suas vidas. Daí por que existe um interesse tão grande no pensamento oriental, nas práticas da Nova Era, no misticismo e no transcendental” (Livro de Dan Kimbal, p. 6).

Além disso, ele explica o que a Igreja Emergente deve fazer, a fim de emergir.

“Hoje em dia os interessados têm fome de símbolos, metáforas, experiências e histórias que revelem a grandeza de Deus [Foi assim que o Catolicismo Romano começou a degenerar]. Uma vez que esses interessados estão sempre mudando, devemos ser-lhes sensíveis, do mesmo modo como Jesus o foi. Devemos ter boa vontade para encontrá-los em seu próprio aprisco e falar uma língua que eles entendam”.

Agora vamos seguir a linha de pensamento de Warren, através de sua conclusão lógica baseada na idéia de que o mundo tem fome da visão mundial oriental, da Nova Era, do misticismo e da iluminação espiritual. Se é necessário encontrar esses “interesses espirituais” em seu ambiente, isso não quer dizer que o Cristianismo deve se tornar mais novaerense e místico?

Quem for um crente bíblico, fique de olho nessa Igreja Emergente! A Bíblia nos admoesta a não entrarmos em jugo desigual... com os pagãos. Aqui temos a receita exata para cair no desastre e até mesmo na ira divina!

Emergindo em que? - Rick Warren e outros dizem que precisamos prestar atenção na Igreja Emergente. As cosias estão mudando, diz ele, e temos respostas para a nossa geração. Mas em que iria esse tipo de igreja emergir? Poderia ser ela uma forma de Cristianismo que abraça a experiência em lugar da Palavra de Deus? [Vejam aqui o Panenteísmo entrando em cena]. Dan Kimbal, autor do livro supra citado, faz esta declaração no prefácio do seu livro:

“Creio de todo o coração que esta discussão sobre a cultura da mudança rápida e sobre Igreja Emergente deve acontecer. Enquanto muitos de nós temos estado a preparar sermões, ocupados com assuntos do interesse de nossas igrejas, algo alarmante tem estado acontecendo lá fora. A que foi um dia uma nação cristã, com uma visão judaico-cristã, agora está se tornando, rapidamente, uma nação pós-cristã inacessível. Novas gerações estão surgindo ao nosso redor, sem qualquer influência cristã. Então, devemos repensar virtualmente qualquer coisa que estejamos fazendo em nossos ministérios” (Livro supra citado, ps. 13-14).

Certamente o clima espiritual na América do Norte mudou radicalmente, há muitos anos, conforme Kimbal declarou. Muitos, inclusive Rick Warren e Dan Kimbal, usam termos como “era pós-cristã” para descrever os dias em que vivemos. Agora precisamos encontrar novos métodos inovadores para alcançar esta nova geração para o Senhor Jesus.

O livro de Kimbal foi escrito com esse propósito. Ele não apenas identifica os problemas que acredita estar a igreja enfrentando agora, como tenta provê respostas e soluções. A igreja do futuro, segunda ele acredita, deve ser sensual, embasada na experiência. Ele chama isso de Cristianismo da Colheita.

Talvez esse termo seja novo para vocês. Embora não seja minha intenção descrever neste comentário tudo que ele significa, alguns títulos dos capítulos do livro sob o cabeçalho “Reconstruindo a Igreja da Colheita na Igreja Emergente” talvez possam ajudar-nos a entender como a igreja está intitulada. São estes: “Dominando o Temor da Adoração e do Ensino Multi-sensorial” (p. 127); “Criar um Espaço Sagrado Para a Adoração Atual” (p. 133); “Na Expectação do Espiritual” (p. 143); “Criando Ajuntamentos Experimentais Multi-sensoriais de Adoração” (p.155); “Tornando-se Novamente Contadores de Histórias” (p.171) e “Pregando Sem Palavras” (p. 185) [Isso cheira a Panenteísmo puro].

Agora eu pergunto: O que diz a Bíblia sobre o Cristianismo da Colheita e a tal Igreja Emergente? O objetivo do Cristianismo está firmado na experiência ou na Bíblia? Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará... Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra” (João 8:31,43).

Menos palavras - Mais adoração - Já deve ter ficado claro que a Igreja Emergente está mais embasada na experiência do que na Bíblia. Além disso, na Igreja Emergente a Palavra de Deus ocupa uma posição secundária na adoração a Deus. Conquanto a adoração seja uma parte muito importante na fé cristã, alguns problemas poderiam ocorrer se a adoração superasse a pregação da Palavra? Dan Kimbal não pensa assim. Ele vê uma nova geração de adoração que é essencial na Igreja Emergente. Numa seção do seu livro com o sub-título “Adorando Verdadeiramente num Ajuntamento de Adoração”, ele escreve: “Deveríamos voltar a uma aproximação sem barreiras da adoração e do ensino, de modo que, quando nos ajuntarmos, não haja dúvida de que estamos na presença de Deus. Creio que tanto os crentes como os incrédulos em nossa cultura emergente estão famintos por isso. Não através da Apologética séria, nem da Exegese cuidadosa, da pregação expositiva ou de grandes grupos de adoração... As gerações emergentes têm fome de experiências com Deus” (p. 185). Obviamente, para que isso aconteça, mudanças deveriam ser incorporadas. Kimbal pensou nisso e oferece uma porção de sugestões, as quais ele alista num encarte (p. 185), o qual mostra que a “Igreja Moderna” deve se ajustar e se movimentar em direção a uma aproximação sem entraves na adoração.

Cultos destinados aos usuários amistosos e contemporâneos devem muar para os cultos experimentais e místicos espirituais. Os vitrais escuros retirados da igreja, os quais foram substituídos por cenários de vídeos, devem voltar.

Os recintos muito iluminados e alegres devem ser escurecidos, pois a penumbra é favorável à sensação de espiritualidade.

O ponto focal do culto, que antes era o sermão, deve ser mudado, de modo que passe a ser uma experiência holística. O uso da moderna tecnologia, antes usada para o apelo contemporâneo, deve ser mudado, de modo que os frequentadores da igreja possam experimentar o antigo e o místico (devendo a moderna tecnologia ser usada para esse fim).

Fé Antiga e Futura - O Dr. Robert (Bob) Webber é reconhecido pelos pastores, líderes de denominações, eruditos e leigos como uma das figuras mais importantes na renovação da adoração. Ele costuma levar sua técnica para quase todas as denominações importantes da América do Norte, através do “Institute of Worship Studies” (Instituto de Estudos de Adoração) por ele fundado em 1995.

Antes de ser nomeado à sua posição atual, no Seminário Teológico Batista do Norte, o Dr. Webber ensinou no Wheaton College durante 32 anos, como professor de Teologia. Escreveu mais de 40 livros e tem sido, também, o colaborador regular de inúmeros jornais e revistas (www.seminary.edu/aboutnorthern/index.html).

Ele faz parte do grupo editorial da “Chuck Fromm’s Worship Leader Magazine”.

Na primeira vez em que fui apresentado ao Dr. Webber e às suas visões, num artigo que ele escreveu na edição de maio/junho da revista acima, “Procura-se Talento Antigo-Futuro”, tendo abaixo o subtítulo “A Chamada Para o Talento Antigo-Futuro da Adoração”, ele escreveu:

“Estou pessoalmente gratificado ao ver o movimento em prol de se reaver o que era antigo. Conquanto muitos corais tenham sido organizados nestes últimos 40 anos, a rejeição às fontes da hinologia e adoração pela igreja contemporânea está muito aprofundada” (Robert Webber, “Wanted Ancient-Future Talent”, Worship Leader, maio/junho 2003, p. 10). Neste artigo ele declarou que “O Espírito está operando uma coisa nova na igreja.. e uma antiga-futura adoração está nascendo”. Fez uma lista de coisas que ele acredita serem necessárias aos “obreiros talentosos”, a fim de descobrir se esses obreiros serão uma parte bem sucedida neste novo movimento. Algumas destas coisas são:

Redescobrir a natureza trinitariana da adoração (Adoramos o Pai na linguagem do mistério; o Filho, na linguagem da história e o Espírito Santo na linguagem do símbolo).

Redescobrir como Deus age através dos sinais sagrados da água, do pão, do vinho e do óleo com imposição de mãos.

Redescobrir a natureza central da Mesa do Senhor, na Ceia do Senhor, no partir do pão, na Comunhão e na Eucaristia.

Redescobrir como a espiritualidade congregacional é formada através da celebração cristã do Advento, Natal, Epifania, Quaresma, semana santa, Páscoa e Pentecostes.

Mesmo concordando com o Dr. Webber, que seria benéfico reaver os grandes hinos compostos, no passado, por homens e mulheres de Deus, hinos que expõem a doutrina bíblica, parece não ser exatamente isso que ele quer dizer com o retorno aos “Antigos”. De fato, sua lista de coisas feitas no sentido de reaver o “talento da adoração antiga-futura” menciona uma porção de termos e ideias não encontrados na Bíblia.

No sentido de esclarecer as visões do Dr. Webber, fiz algumas pesquisas adicionais. Encontrei uma entrevista dele, publicada na Internet, no site chamado TheOOze.com. Respondendo a uma pergunta: “A que o Sr. acha que a igreja evangélica americana vai se assemelhar daqui a vinte anos?” O Dr. Webber respondeu:

“O Cristianismo será menos nacional e menos culturalmente formado. Haverá grupos menores de comunidade nas vizinhanças. A igreja será focada sobre pessoas e não sobre prédios; sobre comunidades, não sobre programas; sobre o estudo da Escritura, não nos shows de adoração”. (Jordan Cooper Interview with Dr. Webber).

http://www.theooze.com/article.cmf?id=385,11/12/2003.

Certamente essa visão do futuro soa razoável, de uma perspectiva bíblica. De fato, eu até poderia dizer um cordial “Amém” ao que o Dr. Webber falou. Mas a declaração seguinte acrescenta uma dimensão totalmente diferente à direção em que o Cristianismo está emergindo hoje em dia, conforme ele acredita. Ele declarou:

“Os símbolos bíblicos, tais como a identidade batismal e ação de graças eucarística tomarão um novo significado. A igreja estará menos preocupada com a escatologia e mais interessada em ser uma comunidade escatológica” [Aqui ele negou o Arrebatamento?] (Mesma entrevista).

Nos últimos anos, tenho observado que a predição do Dr. Webber sobre o futuro da igreja parece certa. Muitos cristãos que em certa época ansiavam pelo breve retorno do Senhor Jesus, agora estão dormindo. Alguns estão dizendo: ”Parece que o Senhor retarda a Sua vinda”. Outros estão dizendo: “Fomos mal informados pelos pastores e professores sobre uma segunda vinda literal do Senhor Jesus para estabelecer o Seu reinado”. Essas pessoas estão certas de que o Reino de Deus será estabelecido aqui na terra, através dos cristãos, durante o Reino Eucarístico do Senhor Jesus [Teoria do Reconstrucionismo de Agostinho de Hipona]. Este é um ensino católico romano não encontrado nas Escrituras.

O Antigo e o Místico - Durante alguns dos anos passados, tive a oportunidade de viajar pelo mundo, falando em vários países. Enquanto estava nesses países, visitei muitas igrejas antigas, escuras e místicas. Essas igrejas foram fundadas como católicas romanas e ortodoxas, séculos atrás. Nelas observei ícones, estátuas de Maria segurando o Menino Jesus, Jesus pregado na cruz, velas, incenso, relíquias e estatuas de “santos”. Ao mesmo tempo em que há uma porção de ênfase sobre o visual, sensual e místico, há pouquíssima evidência de que a Bíblia tenha sido ali ensinada ao povo. Se isso tivesse acontecido, não haveria tanta ênfase na parafernália extrabíblica, nas imagens extra-sensoriais e nos odores.

Isso nos conduz a uma pergunta interessante. Haveria alguma conexão entre a Igreja Emergente da atualidade e a igreja que surgiu no período após ter sido escrito o Novo Testamento?

Lembremo-nos das palavras de Paulo em Atos 20:29-30: “Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si”.

Enquanto Rick Warren, Dan Kimbal, o Dr. Robert Webber e outros parecem tão empolgados com a Igreja Emergente e com a direção à qual ela aponta, eu me preocupo em que essa igreja possa de fato ser um ressurgimento do que já aconteceu na história da igreja primitiva. Se o modelo prossegue, temos de esperar para ver os evangélicos se tornando cada vez mais católicos romanos.

É importante guardar na mente as Escrituras, quando estamos em busca de métodos ou meios, com o fito de promover o crescimento da igreja. Um Cristianismo divorciado das Escrituras é sempre um falso Cristianismo. Ele pode ser ecumênico, ter sucesso em atrair números, mas não é bíblico. Ele pode até levar as pessoas a acreditar que creem, mas nesse caso elas estão seguindo falsos mestres, falsas doutrinas e, portanto, sendo enganadas.

Agora eu pergunto: Onde essas pessoas iludidas irão passar a eternidade? Resposta: separadas de Deus!


Pr. Roger Oakland/Mary Schultze, abril 2005.

http:/www.understandingthetimes.org

frauschultze@uol.com.br

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Gostaria de acrescentar ao que acabamos de ler, um breve testemunho pessoal; pois se não fosse conduzido por Deus a estudar a teologia dos reformadores e sobretudo os escritos dos puritanos, de Charles Haddon Spurgeon e de D.M. LLoyd Jones, certamente eu teria corrido também um grande risco de cair neste terrível canto de sereia que se espalha pelo mundo atraindo os incautos para longe da verdadeira Palavra de Deus conforme a exposição fiel da mesma nas Escrituras. O Senhor tem preservado para si um povo fiel, sobretudo com o intuito de serem exemplo e uma voz de chamada ao arrependimento e à santificação destes que têm sido enganados pela Serpente, até mesmo os líderes que dentre eles também foram enganados e iludidos pela ideia de ganhar o mundo inteiro para Cristo, ainda que por meios diferentes ou reduzidos da mensagem que já foi estabelecida por Deus desde antes da fundação do mundo, e que é imutável.    
A batida que Jesus dá na porta de Laodiceia convocando-a ao arrependimento é feita pela mão dos que se encontram em Filadélfia.
Pr Silvio Dutra


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