Observo ondas gigantescas de um mar bravio
E meu pensamento percorre as milhas do oceano,
Ergo o olhar às alturas e vejo gaivotas driblando
No espaço desértico uma miragem de navio.

Nesta fantasia embrutecida por uma ótica lírica
Sinto arrepios de liberdade caçoarem da prisão
Que o mundo impõe ao já tão flagelado coração
De uma humanidade dizimada pela nudez empírica.

Perante a força dos ventos despenco sobre as águas
E nado dentre as nuvens de algodão que me enxáguam
Da espuma salgada que perfuma meu corpo extenuado...

Sobre decalques de areia minha cabeça pende em sono
E me percebo entre cardumes que me conduzem ao trono
Das majestades marinhas que seduzem sonhos dourados!

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