Enquanto estou aqui sentado de frente ao computador escrevendo alguma coisa, sinto a sua presença pelo o abanar do rabinho tocando em minha perna, olho de lado e lá esta
ela, querendo subir na cadeira e se ajeitar em mim.
É impossível rejeitar.
Quando a pego no colo, os olhinhos em forma de Jaboticaba, ainda não maduras, em cor de café, estão fitados nos meus. Como um ser humano ignorante, pensando que não obterei resposta, me arrisco e pergunto a ela o que deseja, sem som, mas me ensinando, como se tivesse a sabedoria dos anciões, responde com um olhar que parece enxergar a minha alma, é um olhar puro como a neve.
A honestidade dela chega a constranger.
É aquela verdade de criança, que não se envergonha em pedir carinho e dizer que quer colo e proteção.
Nunca vi nada mais profundo e com tanto significado, não sou capaz de traduzir em palavras.
Com tanto brilho e com poder de um imã, a vontade é de entrar por eles e vasculhar pensamentos e sentimentos que andam por todos os espaços desse ser.
As palavras estão cheias de falsidade ou de arte qualquer, acho que o olhar é a tradução irretocável do que diz o coração. Só pode ser mesmo um anjinho de 4 patas.
Como se " averiguando " se tudo estava certo, ela está pronta para descer ao chão, mas não antes de olhar com curiosidade pela janela, com muita cautela, respira um arzinho diferente. Agora sim, com carinha de vitoriosa de quem ganhou o mundo, rabinho abanando novamente, corre pela casa feliz.
Me faz rir,
Só queria carinho e amor.
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