Noite clara, é lua cheia. Noite em claro.
Pergunto: Vai passar?
Respondo: Sim, eu sei que vai passar!
Argumento: Mas também sei que o remédio para essa cura é amargo demais.
De repente tenho que matar você dentro de mim. Aquilo que ontem era a razão da minha felicidade. Era algo novo, não era árvore, apenas broto, mas vinha viçoso.
A verdade é que se mutilar é algo anormal. Agora entendo o que sentiu Abraão, quando inquirido por Deus, a imolar o seu próprio filho. O que me pede, muito se assemelha a isso.
Desde então ando no encalço doloroso de argumentos que justifiquem esse fato, nessa busca me apeguei aos seus pequenos defeitos com lupa gigante tentando me enganar e tornar sensato o meu ato. Em vão!
Deito na cama. Começa a batalha, uma luta entre a necessidade do sono, descanso do corpo, e a reação psíquica devido à abstinência de você. Que droga!
As horas passam... O galo canta anunciando novo dia. A grande cama, metade vazia, pequena para o meu corpo inquieto. Vai passar... Eu sei... Argumento...
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