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Mulher de fogaréu
Maria

Foi gritando que já coloquei,
tanta coisa a perder.
Não sei como controlar
esse temperamento
que me põe o sangue a ferver.

Com certeza herdei esse fervo
daquelas montanhas geladas,
do lugar de onde vim.
Do meu avô italiano
que deixou-me esse desígnio,
no dia em que nasci.

O que fazer? Chorar?
Esquecer? Lamentar?
Não dá, sou assim.
Esquentada, um fervo só.
Mulher de fogaréu,
assim deviam por mim chamar.

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