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Identidade do educando/educador
MONALIZA FERREIRA CARVALHO

O professor é a peça chave para a condução do processo de ensino-aprendizagem. Avaliando os alunos, contribuindo para a construção do projeto educativo da escola e para o desenvolvimento da relação da escola com a comunidade. Em todos estes níveis, o professor defronta-se constantemente com situações problemáticas, daí a necessidade do professor se envolver em investigação que o ajude a lidar com os problemas da sua prática. Torna-se necessária à exploração constante da prática e a sua permanente avaliação e reformulação.
A educação brasileira se encontra, hoje, dividida em dois grandes campos que se articulam e se intercomplementam: a Educação Geral (Básica a Superior) e a Educação Profissional. A Educação Geral compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a Educação Superior. Já a Educação Profissional é oferecida em três patamares: a Educação Profissional de Nível Básico, voltada para educandos com escolaridade equivalente ao Ensino Fundamental ou sem escolaridade, a Educação Profissional de Nível Técnico, que corresponde ao Ensino Médio, e a Educação Profissional de Nível Tecnológico, destinada a educandos de nível superior.
A Educação Social, cujo propósito é preparar pessoas (crianças, adolescentes e adultos) para o convívio social pleno, buscando colocá-las a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, seja como vítima ou como autores dessas práticas, além de se autopromoverem nos planos pessoal, social, produtivo e cultural.
A natureza essencial da ação socioeducativa é a preparação do jovem para o convívio social. A escolarização formal, a educação profissional, as atividades artístico-culturais, a abordagem social psicológica de cada caso, as práticas esportivas, a assistência religiosa e todas as demais atividades dirigidas ao socioeducando devem estar subordinadas a um propósito superior e comum: desenvolver o seu potencial para ser e conviver, isto é, prepará-lo para relacionar- se consigo mesmo e com os outros, sem quebrar as normas de convívio social tipificadas na Lei Penal como crime ou contravenção. A socioeducação, devido à sua complexidade e ao diversificado conjunto de atores institucionais envolvidos em seu desenvolvimento, inscreve-se, perfeitamente, no conceito de educação que Darcy Ribeiro colocou no pórtico da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD) (Lei 9.394/96), conhecida como Lei Darcy Ribeiro. “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. Art. 1º da L.D.B.
A socioeducação deve ter como fundamento os princípios de liberdade e os ideais de solidariedade e, como fim, a formação plena do educando, a sua preparação para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho, com base na letra e no espírito do Art. 2º da LDB. “A educação é direito de todos e dever da família e do Estado, terá como bases os princípios de liberdade e os ideais de solidariedade humana, e, como fim, a formação integral da pessoa do educando, a sua preparação para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.”
Os Quatro Pilares da Educação do Relatório Jacques Delors:
1. Aprender a ser (competências pessoais);
2. Aprender a conviver (competências relacionais);
3. Aprender a fazer (competências produtivas);
4. Aprender a conhecer (competências cognitivas).
A ação socioeducativa organizar-se-á em torno de três eixos básicos: a docência, as práticas e vivências e a presença educativa. Pela docência, conhecimentos de diversas naturezas são transmitidos aos educandos. Pelas práticas e vivências, mediante a passagem por acontecimentos estruturantes, o jovem incorpora valores, adquire habilidades e vai assumindo uma nova atitude básica diante da vida. Sem a presença educativa, isto é, sem o estabelecimento de vínculos humanos de consideração e afeto com pessoas do mundo adulto que atuam na unidade ou serviço, a docência e as práticas e vivências resultam pouco produtivas no trabalho desenvolvido com o educando.
Ajudar um educando a construir uma identidade própria é levá-lo a se comprometer consigo mesmo e com a comunidade, a ser empreendedor, a buscar a felicidade própria e a daqueles que o cercam, é levá-lo a ter orgulho de si e de seu grupo social. Educar com o intuito de construir uma identidade é mostrar ao outro que ser flexível é fundamental, pois é necessário estar aberto a aprender sempre, a absorver novos conhecimentos, a aperfeiçoar-se e a inovar. ]
Uma educação baseada nestes princípios, ou seja, que visa à construção de um indivíduo consciente de quem ele realmente é, liberta. Quando se pensa sobre a necessidade de uma alfabetização que liberte, é preciso, antes de tudo, pensar em quem será o condutor desse processo, quem será este educador. Apenas um indivíduo muito comprometido e consciente de seu papel conseguirá ensinar a leitura da palavra de forma que esta leve a uma busca permanente da leitura do mundo. A linha que separa um educador ciente de sua responsabilidade social daquele que se alimenta de ideais ingenuamente utópicos é muito tênue. Não se deve esquecer de que o educador se constrói na utopia do possível; contudo, ele não pode se deixar levar apenas por uma visão romântica da educação. É preciso um comprometimento ético deste educador diante do aluno e da (re) construção do mundo.
Alfabetizar é, sobretudo, desenvolver um ser crítico. Assim, para tanto, só alfabetiza bem, só emancipa o seu aluno, aquele que consegue, antes de tudo, ser crítico consigo mesmo, entender seus limites e, o mais difícil, reconhecer-se como alguém que não é dono do saber; pois este se (re)constrói a cada instante.
Educar é trocar experiências e algumas virtudes são primordiais para aquele que se diz um educador, um alfabetizador. É preciso comprometimento ético, coerência, consistência de atitudes e disponibilidade para aceitar o outro. Na realidade, é no exemplo, é no testemunho diário da assunção da decência, que reside a maior qualidade de quem busca ensinar. É nesse sentido que se pode incorporar como valor a utopia do possível, ou seja, a experiência e a ação. E refletir é transgredir o senso comum, ir além.
Uma necessidade cada vez mais urgente na formação do professor, pois os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa simbolizam a aplicação direta das teorias lingüísticas no ensino de língua materna. Também Marcuschi (2000: 10) alerta para a importância de o professor saber o que deverá fazer com as orientações dadas pelos PCN em suas aulas: Tudo dependerá, no entanto, de como serão tais orientações tratadas pelos usuários em suas salas de aula; seria nefasto se as indicações ali feitas fossem tomadas como normas ou pílulas de uso e efeito indiscutíveis. Pior ainda, se com isso se pretendesse identificar conteúdos unificados para todo o território nacional, ignorando a heterogeneidade linguística e a variação social.


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