Versos Vadevinianos
Meu cachorro era grande!
Não sei o que aconteceu:
Depois que andou na chuva
O miserável encolheu.
*
Se Deus ouvisse a reza
De dois times em combate
O resultado, sem dúvida,
Seria sempre empate.
*
Tem feiúra de corpo
E também de feição,
Mas a pior que tem
É a do coração.
*
Alô! É da Emergência?
Alguém pode me ajudar?
Estou me procurando
E não consigo me encontrar...
*
De mala e cuia
Cheguei no planeta
Pra fazer versinho
E cantar vinheta.
A mala e a cuia
No “dia final”
Não levo comigo –
Eu deixo pra Lau.
*
Quando achamos que no mundo
Ninguém mais nos dá bola,
De repente, de longe chega
Algo que nos consola:
Um Sedex, uma carta
E um CD da Gigliola.
*
Do jeito que o tempo anda
Parece um cão sem dono.
Se o verão já terminou,
Então cadê o outono?
*
A boca dessa fulana
É uma “Caixa de Pandora”.
O que sai de dentro dela
Só presta pra jogar fora!
*
Bateram palmas no portão.
Eu espiei pela janela...
Nada mais era que ela
Que veio levar meu coração.
*
Ofereci meu lugar
Para o ceguinho Zé.
Ele, muito sarrista,
Disse ter problema na vista –
Nenhum problema no pé.
*
Por mais que seja cachorresca
A vida da Luluzinha,
Parece estar satisfeita
Dentro da sua casinha,
Donde fica olhando
Pra porta da cozinha –
Esperando a comidinha.
*
Fui à padaria;
Falei ao padeiro:
“Não quero pão francês.
Quero pão brasileiro”.
*
Quando a gente se apaixona,
Um sentimento profundo,
Transforma o coração
Na Capital do Mundo!
*
O dia foi declinando...
O sol a se apagar...
A tarde, de tão pequena,
Cabia no meu olhar!
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