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  Texto selecionado
Bocas
José de Anchieta de França Mendes

Resumo:
Um poema que fala das Bocas Femininas.

BOCAS

De traços femininos, finos
Sensuais e naturais
Bem delineadas, almejadas
Como flores ao beija-flor.
São grossas, jeitosas
De cores, sabores incomuns.

Têm desenhos e cenhos
Que chamam a atenção.
Dos olhos vem à tona
A zona mais erógena da emoção;
Carmim, delgadas, cantadas,
Enfim, vistas na multidão.

Se molhadas, amadas,
Mordidas de exaustão;
Rasgam verbos, molham palavras,
Beijam o beijo,
Marcam o desejo,
Suavizam o coração.

Delas vêm anexos
O gozo, o sexo,
A pura embriaguez.
Selam a verdade,
Traem a amizade
Embasbacam-se vez em vez.

Mas são lindas, divinas,
Quando sorriem assim;
Vêm aos poucos, sorrateiras, meninas
Aos sussurros aos sentidos
Mais perto, mais perto, aos ouvidos
Afoitas, vivas, dizerem sim.


Biografia:
José de Anchieta de França Mendes, natural de Juazeiro do Norte/Ceará, é licenciado em Letras pela Universidade Regional do Cariri -URCA, membro do Instituto Cultural do Vale do Cariri – ICVC. Participou de Antologias de Contos pelo BNB/Fortaleza com o conto Aposentadoria (1983), 1º lugar no Festival de Teatro com a peça Aposentadoria (1986). Autor de Valados de Giz (2001), Romance histórico sobre a Sedição de 1914. 2º lugar no concurso de Contos Sesc Santo Amaro/SP com o conto Letargia (2003) e também no concurso de contos da Academia Brasileira de Comédia, São Paulo, com o conto Os mortos não mentem (2003); classificado para Antologia de Contos da Universidade do Vale do Paraíba – Univap – São José dos Campos/SP, com o conto Um pé atrás (2003); classificado com o conto Tiago, Ângela e Ulisses, muito mais do que uma figura geométrica, Prêmio Jornalista William Cardoso, ASES-Associação dos Escritores de Bragança Paulista (2004); 2º lugar no concurso de contos Revelações do Terceiro Milênio, Prefeitura Municipal de Caçu/GO, com o conto Uma visão (2004) e agraciado com o mesmo conto na Antologia Humano, Humano Demais (2004) Arnaldo Giraldo, SP.
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Poesias Bocas José de Anchieta de França Mendes
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