DIÁLOGO COM A SOLIDÃO
Olá, minha velha "amiga" solidão.
Estou em mais uma noite, apenas com sua
companhia.
Este silêncio que existe nas paredes de meu
quarto está me deixando cada dia mais mudo,
cada dia mais surdo.
E, é duro assumir isto à você; que diante do
espelho, já não encontro meu reflexo.
Parece-me que estou me apagando.
Ficar lhe dizendo sobre o que se passa em
minha vida, ôh... Isso já não alivia tanto as
dores como antes.
Manter um diálogo com minha própria
solidão, ôh... Tento tapear meu coração com
palavras que minha mente encontra, para
esconder de meu coração, que estou ficando
louco e perdendo a razão.
Olá, minha velha amiga solidão.
Em todos os cômodos da casa, só se encontra
as cores preto e branco.
Em meio destas coisas cinzas, ainda encontro
você (solidão), sentada em uma cadeira de
balanço, que da escadaria ouço ranger.
Já não ouço o som das teclas de meu piano.
Os discos de vinil encontram-se todos
arranhados.
O silêncio tem um rosto tão pálido! queria eu,
poder dar um tom de cor vermelho e rosado.
Enquanto a solidão, tem um rosto branco.,
E néla, eu não encontro olhos e nem uma
boca.
Os grãos de Areia na ampulheta, escorrem de
grão em grão e, vejo minha "pessoa" à
espera de um fim e, à espera do novo
começo.
Solidão, quem consegue te evitar?
Os retratos na parede, me faz recordar que
nem sempre foi assim - me faz recordar em
um tempo em que a solidão e o silêncio não
era meus companheiros.
Mas, meu céu ainda é maior, e sei que lá
existe um lugar...
Onde eu possa te encontrar...(felicidade)
Onde eu possa chegar mais perto de um certo
lugar.
Daniel Ferraz
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