Um Orador e líder, sabendo que tinha um dia importante para exprimir as suas ideias e os seus pensamentos no parlatório da sua Irmandade, se posicionou em frente ao seu notebook e começou a compor algumas frases. Pensou nos problemas da Humanidade, na fome, na miséria, na desigualdade, na injustiça, na violência, pensou no aquecimento global e outras coisas que destroem o Planeta e o moral.
Mas não era bem isso que queria escrever e falar.
Queria achar uma forma de exprimir o seu pensamento por meio de palavras, com termos próprios, mas com elegância e arte.
Pensou, pensou, e por fim achou um tema, dividido em três partes, que todos entenderiam e se identificariam.
Começou a falar sobre a razão, depois da sociedade e por ultimo do coração.
Para descrever a razão, começou a falar sobre a faculdade que refere todos os nossos pensamentos e ações a certas regras consideradas imutáveis. E explicou que isso pode trazer consequências irreparáveis para a constituição psicológica de um indivíduo caso ele não use o instinto natural, mesmo sem interferência da inteligência, para dar forma a uma atitude desafetada e espontânea.
Porque a razão na verdade, impede que você desatine, extrapole ou viva momentos contrários as normas e as regras. Também discorda das leis impostas pela moral obsoleta dos déspotas (a razão é uma consideração de interesse público que interfere nas atitudes governamentais).
É o conhecimento natural que não foi revelado por Deus, é descrita nas escrituras como norma de conduta essencial para a sobrevivência de uma civilização. Por esses motivos é que sabemos que a razão é a parte mais lógica do comportamento Humano, quando se usa o bom senso e a verdade intuitiva.
Para descrever a sociedade falou que é a definição de grupos de pessoas da mais alta categoria social, mas também pode ser um grupo de pessoas desclassificadas que se juntam para fins perniciosos. Então na verdade, é uma balança, com pesos e medidas diferentes mas que tem um denominador comum: o respeito.
A sociedade é um conjunto de indivíduos de todas as idades e sexos, que equipados de padrões culturais comuns, próprios para garantir a continuidade do todo e a realização de seus ideais, constituem instituições como: família, igrejas, sindicatos, etc. - tem que funcionar com unanimidade, absorvendo idéias novas, novos comportamentos e também novos hábitos e costumes.
Mas existem os regressistas (E não estou mencionando ideologias, apenas forma de enxergar conceitos, baseados em formações antiquadas e inoperantes em tempos atuais) que abominam os novos tempos com suas novas estruturas e novas idéias. Não aceitam a modernidade e a reestruturação dos conceitos primários. É isso que atrapalha a evolução espiritual e material de toda uma existência. Na maioria das vezes, torna a convivência social, um martírio sem propósitos e sem direcionamentos, apenas servindo como referência em determinados momentos da vida.
Para descrever o coração, usou termos amorfos e repletos de exemplos contraditórios.
Pois ele é repleto de paradigmas ou seja, um conjunto de unidades suscetíveis de aparecerem num mesmo contexto, sendo, portanto, comutáveis e mutuamente exclusivas.
Continuando a falar do coração: Ele é o espelho da alma. É a forma não pensante da inteligência. É o impulso natural, incontrolável da personalidade que age conforme o instinto e a percepção ilógica (em se tratando de enxergar as coisas pela forma egocêntrica e de propriedade exclusiva e quase escravidão de sentidos e sentimentos) e lógica, quando usa a ótica da compaixão e da forma mais honesta e pura de sentimento.
Mostrou que, quando nos deparamos com situações indefinidas de resultados pelo nosso raciocínio, agimos por impulso e também pelo desejo de preencher por completo o cantil da bondade e a bacia da compaixão.
E concluindo a sua dissertação, expôs num epílogo retórico que:
Nem sempre se usa a razão com Sabedoria para defender os nossos princípios e as nossas convicções. Mas devemos pensar que agindo certo, cautelosamente e com equilíbrio, entenderemos a razão como determinação, teremos a causa que explica a totalidade do efeito e a relação existente entre grandezas da mesma espécie (todos somos iguais perante Deus). Não transgrediremos os dogmas dos Céus e também não causaremos danos a nossa estrutura moral e social.
Respeitando as normas impostas pelos estatutos da sociedade, estamos em acordo com as leis criadas para termos ordem, garantidas pelo poder coercitivo do Estado.
Mas sempre lembrando que: novos projetos, novas planilhas, novos esboços, novo engenho, nova concepção, novos planos e novas imaginações, estão ou serão eminentes nesse plano tridimensional, mesmo contrariando a vontade de poucos, que se auto denominam “donos da verdade”.
Mostrou que o coração é um órgão ingênito, que é a forma mais curta e definida para expressarmos os nossos mais profundos sentimentos e também a mais indefinida atitude que podermos ter para não entendermos a razão e desprezarmos a imposição normativa da sociedade. Mas também é a forma mais concreta e definitiva para conhecermos o nosso Espírito e respeitarmos o “Deus” que habita em cada um de nós.
E por último, definiu que: se usarmos a razão em acordo com o coração, não transgrediremos “muito” as regras impostas pela sociedade!
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