A cada hora do tempo vou para longe,
mas logo o espírito inquieto
mexe e remexe minha mente
e volto para esta janela
de onde posso contemplar o mundo
envolto em inverno rigoroso.
Só e em silêncio, tenho a sensação
de estar envolvida num abraço de luzes
que de onde vem eu não sei,
porque mal posso vê-las e nem mesmo sentí-las,
mas que tenho a sensação de estão ali, ah,isso tenho.
Dizem que os sentidos são palpáveis na dor,
mas que sensações de paz e harmonia consigo mesmo
devem ser imaginadas e sonhadas, mas nunca sentidas.
Seria assim que o tempo de ontem
resolveu abraçar o tempo de hoje
e esqueceram de mim aqui,
neste espaço estático do vazio
entre eu e eu mesma?
E se eu, que ontem já morri,
morrer hoje enrolada no ontem e no hoje?
Como vou viver o amanhã?
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