Quando de lá principia o inverno,
a vida da gente, se torna vazia,
pura e solitária
como a água
da piscina azulada.
E é na solidão
que os pensamentos
se tornam mais ferozes
na busca do próprio eu.
A pureza da alma
é quem calça os pés andantes
e os trilhos desta
estrada da vida.
Sem esta pureza,
que vem da própria
Luz que a gerou,
não seria possível
esvaziar-se de si mesma
para a entrada
de seu outro eu,
em candura de viver.
Caminhar por estas estradas da vida
é uma experiência de comunhão
com o universo interior
que se faz viver dentro de cada um de nós,
com quem somos
do lado de fora de nós mesmos.
Comungar você contigo mesmo,
é um ato de coragem
que só os bravos guerreiros
da terra sabem ter.
No esvaziar-se de si mesmo,
na solidão do inverno
que de lá se inicia,
é possível permitir
que nosso eu
comunge consigo mesmo,
com a pureza da vida
e a candura
do espírito da Luz
que fez a vida
e criou todo
o universo de luzes.
E que esta Luz geradora da vida,
geradora da natureza que nos cerca,
invada nosso coração
e venha ali fazer
sua morada eterna.
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