A bateria anunciou o ritmo desse ano
A batucada e o ensaio começou temprano
Olhos negros, negros olhos observando
Admirando as fantasias, só admirando
Só admirando
Virou comercial, e tem padrão global
É para todo povo, todo povo verá em um canal,
Apenas um canal
O povo vai assistir, vai compartilhar e vai curtir
Pela tela da televisão, ou de passagem no barracão
Ou trabalhando na confecção
Somente assim, pois na avenida
Por de baixo da alegoria, vai caminhando
Vai caminhando, puxando ou empurrando
A cereja do bolo, que emociona a arquibancada
Que não da mancada
E que aplaude, e paga caro
E que paga caro
Pelo espetáculo
Vai caminhando, puxando ou empurrando
A cereja do bolo, que emociona a arquibancada
Que não da mancada
E que aplaude, e paga caro
E que paga caro
Pelo espetáculo
De um lado da ponte correria geral
Corte costura, marcenaria, mecânica e coisa e tal
Vai suando as testas, suor de fé
Vai suando as testa, com o samba no pé
Com tudo, tudo, tudo acabado
É correr pra avenida, para inicio do bailado
Comunidade carente contente
Pelo enfeitado feito
Que não tem defeito, e se o juiz não vacilar
Na prateleira do barraco o caneco terá seu lugar
Senão fosse comercial, não teria mal
Se fosse em mais de um canal, não seria global
Do outro lado, a pequena roupa,
Que de tão pequena é pouca
Ingresso pago, e foi caro
Mas não importa é alegria,
É hora de cair na folia, folia!
E de ver a escola passar
E nos ensinar, que dá pra acreditar
Basta lecionar um dever de casa que me faça aceitar
Minha vida não dá um samba enredo
Mas é tempero para o improviso
No sorriso de um bamba verdadeiro
Que não tem pandeiro
Só a caixa de fósforo e a mesa de lata
Que um batuca e o outro bate palma
Pra quem não participa, desce a gelada
Desce a cachaça
Que mais tarde será a desgraça
Pode crê que será, mas agora não é
Acende vela quem tem fé
agora é, é alegria,
é, é hora de cair na folia
e de espantar o mau
enquanto esse batuque não é comercial
enquanto que o boteco não é global
enquanto que o samba derradeiro e verdadeiro não é comercial
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Biografia: Jefferson Ferreira Wesolowski, nascido em Umuarama - PR, em 20 de outubro de 1988, veio para São Paulo ainda na infância, residindo em Jaguariúna, no interior, onde cursou Engenharia de Controle e Automação, tomou gosto pelo poesia através da música onde encontra seus poetas e cronistas favoritos.
Em 2011 escreveu o livro de poemas "Que Diferença faz? - Versos de Verão", e no ano seguinte se aventurou pelos contos d ehumor no livro "E Agora?", ainda em 2012, como forma de continuidade de movimento Manguebit, criado por Chico Science em Recife no incio dos anos 90, Jeff Ferreira lança se terceir titúlo: "Manguesia - A Poesia da Lama".
Em 2013 com a poesia "Antes do Sol se Levantar", conseguiu o terceiro lugar na Semana Cultural de Jaguariúna, sendo um dos representantes da cidade no Mapa Cultural Paulista. No mesmo ano, a convite da editora Big Time, participou do livro "Mosaicos - Antologias de Outono", junto com outros autores, nas categorias Contos, Crônicas e Poesias. |