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Sr. Edson Arantes, Sr. Ronaldo Nazário, Sr. Joseph Blatte
Com todo o respeito.
Os senhores estão envolvidos com as competições da Copa das Confederações que acontecem nesse momento no País, e preparativos do mundial de 2014. Os brasileiros que estão nas ruas se preocupam com os próximos anos no Brasil. As competições e eventos internacionais irão ser realizados, em sua maioria, financiados pelos cofres públicos.
O Sr. Ex-Presidente Luis Inácio da Silva, em seu mandato afirmou que o dinheiro público não seria utilizado para financiar a construção e reformas dos estádios. E, que apenas em obras de infraestrutura que visam à solução dos problemas do transporte público e trânsito, nas cidades sede do mundial, melhorias em hospitais e postos de atendimento de saúde receberiam os investimentos de cofres públicos, por meio dos Programas de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em seu primeiro mandato, a Presidente Dilma Russeff mantém às obras do Programa citado, mas o que se percebe é que o dinheiro público, bilhões de reais assim vamos dizer, foram investidos na construção ou reforma de estádios em todo País. E, até o momento, não se percebe proporcionalmente, os investimentos em obras de infraestrutura que resolvam o problema do ineficiente transporte público de massa e do tráfego nas grandes cidades brasileiras. Como exemplo, cito às obras dos aeroportos, que em alguns casos recebem o nome de “puxadinho”. E, sem mencionar que esses “puxadinhos” foram entregues a custos altíssimos e em situação de segurança abomináveis para os usuários de terminais. Como o caso de Guarulhos, maior aeroporto do País. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte congestionadas e com trens, metrôs e ônibus superlotados.
A construção de hotéis não beneficia a maioria população brasileira, mas sim os turistas nacionais e internacionais que irão viajar para cidades sedes e que irão pagar diárias superfaturadas aos donos desses estabelecimentos, que visam o maior retorno possível, de seus investimentos privados beneficiados pela isenção de diversos impostos. Não há retorno para sociedade brasileira.
Em relação à segurança das pessoas no País, que se incluem os turistas de toda parte do mundo, há no Brasil servidores, nas forças nacionais, polícias civil, militar e guarda municipais etc, despreparados e que não possuem boas condições de trabalho. Mal recebem valorização salarial. A segurança da população não está garantida, e o que dirá a segurança de turistas internacionais! Lembremos então, os casos que ocorreram no Rio de Janeiro com repercussão internacional: turista Americana estuprada em Van na frente do namorado Francês e Alemão baleado em comunidade “pacificada”, assaltantes fazem arrastão em van que transportava turistas para o Cristo Redentor.
Por último e não menos importante, como o País do futebol poderia deixar de ser o país com índices de saúde e educação tão insatisfatórios? Sim, claro! “A Copa é um desejo do País, não a impusemos a vocês”. Mas, de fato não foram os organizadores do mundial que a impuseram, mas aqueles que teoricamente deveria representar os manifestantes que se encontram na rua. O interesse coletivo no Brasil é algo que tem sempre o último lugar na pauta de plenários, assembléias e demais eventos que são realizados nas casas públicas. Os Professores, Médicos e Enfermeiros constantemente precisam manifestar em paralisação de serviços para reivindicar melhores condições de trabalho e valorização.
Estou distante dos locais onde ocorrem os protestos, mas tenham certeza que a cada frase que é dita pelos senhores é acompanhado pelas pessoas que estão às ruas. Portanto, assim como iniciei minha manifestação de argumentos, peço que sejam no mínimo respeitosos com o que acontecem em nosso País.
Não sei se irão ler o texto que escrevi, mas ao menos pelo fato de rascunhar essas palavras sinto presente, de maneira cívica e pacífica, como mais um dos que estão nas ruas.
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