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SÃO TOMÁS DE AQUINO
VIDA
São Tomás de Aquino, nasceu perto da cidade de Aquino, sul da Itália em 1227 e faleceu em 1274. Era descendente de uma família nobre. Ele iniciou sua formação religiosa aos 5 anos de idade quando foi enviado para a escola monástica em Monte Cassino, mesmo a contragosto dos familiares.
Em 1248 foi para Paris, atravessando a Lombardia, os Alpes e a Borgonha, andando quase 1.600 quilômetros a pé. Mais tarde, percorreu uns 500 quilômetros para chegar à Colônia, na Alemanha. Era um apreciador de Alberto Magno, um suábio cujo magistério serviu ao renascimento do interesse estudantil por Aristóteles. São Tomas foi conhecido como “o boi mudo”, embora Carlos Magno tenha falado: “um dia o mugido desse boi será ouvido por toda a cristandade”.
Em 1256, São Tomás foi condecorado com o título de mestre em teologia, em Paris, mas em 1259 voltou à Itália, onde assumiu o posto nas montanhas cerca de 50 quilômetros ao Sul de Roma, em Anagni, cidade natal do papa Alexandre IV, e onde ele tinha instalado sua corte. Em 1272, São Tomás assumiu um posto na universidade napolitana onde estudara.
No outuno de 1273 teve uma experiência mística, com uma visão da Verdade e da alegria da vida eterna. Apesar de doente, Tomás se lançou a caminho numa jornada de quase mil quilômetros que jamais terminaria, pois em 1274, em Fossanuova, perto de Terracina, ele morreu. Foi canonizado em 1323 e é o padroeiro dos universitários, por aceitar que, para se chegar a Deus só é possível através dos estudos.
OBRA
A obra de São Tomas de Aquino é tão imensa quanto o de qualquer grande filósofo antes ou depois dele. Ele inspirou-se no exemplo de Francisco de Assis. Após se formar, São Tomás de Aquino começou a escrever a Summa contra gentiles (Suma contra os gentios), que mostra aos católicos que a única filosofia verdadeira está além do entendimento humano. É uma obra que incorpora o pensamento de Platão na doutrina cristã, e pode-se dizer que a teologia cristã dificilmente sobreviveria sem a ajuda de Tomás de Aquino. Nesta obra ele usa argumentos filosóficos para demonstrar a verdade das crenças cristãs. O propósito de Tomás de Aquino é o filosofar em alto calibre. Mas ele encontra grande dificuldade para diferenciar entre o reino da razão e o da fé. Através da Suma contra os gentios, Tomás de Aquino se propôs a provar a existência de Deus, mas deixou claro que aqui na Terra nós só podemos adquirir uma vaga idéia dos atributos de Deus e nunca poderemos conhecê-los todos perfeitamente.
A filosofia de Tomás de Aquino é muito realista. Para ele, o mal não existe como entidade positiva: é meramente uma falta de bem adequadamente informado.
Ele escreveu um tratado, o De pestifera doctrina retrahentium homines a religionis ingressa (Tudo sobre a doutrina pestilenta dos retrógrados que querem nos arrastar de volta à Idade das Trevas), que virou um best-seller em todo o Quartier Latine e Tomás de Aquino lavou a égua.
A obra Suma teológica pretendia incluir todo o pensamento moral, intelectual e teológico da Igreja Católica. É considerada a melhor e mais completa exposição da mente medieval, infelizmente superada aos olhos modernos. São Tomás apresenta cinco provas da existência de Deus. Quanto à moral, ele narra como se poderia alcançar a felicidade de uma forma moral para o indivíduo, a família e a sociedade.
Em sua prova da existência de Deus, ele narra que tudo que existe na natureza tem que ser movido por alguma coisa e conseqüentemente, essa coisa é movida por outra coisa e para se chegar a um motor primeiro que não seja movido por nada, que é Deus.
Para São Tomás, todo homem é dotado do livre-arbítrio orientado pela consciência, mas há uma lei divina revelada por Deus aos homens, que são os Dez Mandamentos. Ele também concebe que há um ser perfeito, que é a Causa da Perfeição entre todos os seres.
A filosofia de São Tomás de Aquino, foi logo adotada pela Igreja. Com a obra dele, a Terra e com ela, a Igreja Católica romana foi deslocada do centro do universo. Porém, no século XVII começou a aparecer as primeiras rachaduras da obra de São Tomás e em 1637, Descartes publicou seu Discurso do Método, que foi um marco da filosofia moderna, varrendo para sempre as teias de aranha do aristetelismo e do tomismo.
RELAÇÃO POLÍTICA
Para São Tomás, o homem é um ser social que procura o convívio e a cooperação social de outros semelhantes para a busca das condições necessárias para a sua realização, e precisa de um político, ou uma autoridade que oriente e organize suas vidas, sendo que o poder desta autoridade não deve estar acima da sociedade.. Este político deve ser portador de valores como: justiça, ética, honestidade, e por isso deveria merecer o máximo respeito dos cidadãos.
São Tomás acreditava que o Estado não podia ser opressivo demais, porque o justo objetivo moral do homem nesta vida é a felicidade humana. Ele entendia que a política deve ser praticada com justiça, ou justiça legal. Para ele, a política deveria visar ao bem comum, que é o mais divino dentre os bens propriamente humanos. Quanto ao Estado, este deveria assegurar aos cidadãos uma vida feliz e virtuosa e quem governa deveria garantir a paz e a justiça.
São Tomás acreditava que a monarquia seria a melhor modalidade de governar, pois assegurava a ordem e o cumprimento da lei. Suas idéias políticas serviram de base para muitos políticos posteriores a ele.
As obras políticas de São Tomás foram duas: a De Regimine Principum (1265-1266) e o Comentário da Política de Aristóteles (1272). Na Suma Teológica também fala em política. Ele falava que o governo justo de um só chama-se “monarquia” e quando é exercido por um pequeno grupo de pessoas chama-se “aristocracia”. O justo governo era chamado de república e quando havia corrupção era chamado de “tirania”, “oligarquia” e “democracia”.
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