A mãe abraça os filhos
Segura-os junto ao peito,
E assim os quatro soluçam
Sentindo a dor da fome,
Pois acabou o pão.
Dinheiro já foi gasto
Pelo pai devasso
No litro de aguardente,
Que agora dá aos filhos
Com água para a dor.
Mas a dor da fome
Não passa com veneno.
Se acalma,
Logo volta
Doer como ferrão.
Vai até a horta
Lá tem pé de couve,
Corta e cozinha
Três folhas da plantinha
Com água no fogão.
É esta a rala sopa
Que acalma a dor da fome,
Até a dor, a próxima,
Quando a dor lá volta,
E em dor e pranto,
O filho pede o pão.
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