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As Crônicas de Eisabeldan
Heliantos no Outono - O Memorial
Savannarola (heterônimo)

Resumo:
Dan-lil é uma Iriden,uma Guardiã da lembraça eterna que quebra uma das leis de sua raça e com isso muda todo curso da historia da terra de Eisabeldan.Um dia o Lorde Guardião do primeiro capitulo bate a sua porta e a leva pra o julgamento de seu crime, julgameno esse que promete sanar todas as duvidas de como tudo acontece. Uma historia magica, de amores proibidos, guerras e fantasia se desenrola.

A noite estava linda, a lua cheia refletia com todo seu esplendor no lago das ilusões, como na noite em que foi ordenada mestra. Ela sabia que não estaria ali por muito tempo, olhou para suas acompanhantes e fitou os olhos em Incra, provavelmente aquela jovem iria sucedê-la no mestrado da casa azul. Incra tinha um diferencial, embora ela e suas três irmãs tivessem nascido no mesmo dia, ela estava a três graus a frente de suas irmãs e suportava lembranças que dilacerariam rapidamente a mente delas. Com o conhecimento adquirido nas suas lembranças Incra construiu adagas e seu quimono e com isso uma técnica de luta inédita entre as Iriden.
- Ela é muito parecida comigo... – falou Dan-Lil.
As quatro irmãs olharam rapidamente para a mestra
- Algum problema Senhora? – falaram em coro
- Não! Apenas pensei um pouco alto...
Olhando novamente para a projeção da lua no lago ,viu quanta saudade sentiria de Ald-Nalden (A Ilha do Lago das Ilusões).
- Vocês estão dispensadas... Selem a porta dos meus aposentos, preciso dormir um pouco!

A multidão dos encarcerados derrubava o muro dos campos de trabalho forçado, ela via o desespero de sua mãe e seu irmão para escapar, seu irmão gritava desesperado “pelo pântano mamãe! Corra pelo pântano”.
- Mamãe! – o grito ecoa no seu quarto
Era mais uma vez o mesmo sonho,era um dos segredos que guardava consigo,sabia que Iriden não podiam sonhar o mais próximo que podia chegar dos sonhos era lembrança dos sonhos alheios, mas eles a perseguiram por toda a sua vida e foram esses sonhos que levaram Dan-Lil a quebrar o arn-or-Iriden (código das Iriden).
Levantou-se abriu a janela para que os raios do sol tocassem seu corpo nu, jogou os longos cabelos azuis sobre os seios, esfregou os olhos.
- Mais uma vez o mesmo sonho!

Já estava vestida quando bateram três vezes na porta dos seus aposentos:
- De-ur iltren terz ilnen Il-detlium! – disse ela (por que bate três vezes na porta).
- Risl-iod terz ilnen ure-den rite-le! – (pensando três vezes se quero realmente entrar).
Esse era um ritual usado tanto pela Ordem Celestial como pelas Iriden quando alguém batia em sua porta sem ser anunciado. A voz não era de uma mulher,ela sabia que esse dia chegaria, teve medo, mas, precisava responder por seus atos, pegou sua espada envolta num tecido de seda vermelho e caminhou em direção à porta.
Do lado de fora as acompanhantes da mestra já estavam em posição de combate contras os possíveis intrusos, Incra empunhava suas espadas presas às pontas do tecido do seu quimono, as rosas tatuadas no corpo de Maicra começaram a se mover na sua pele e dois espinhos enormes nasciam de seus pulsos, Bulena já tinha sua flauta das ilusões aos lábios e Sibila saia do seu quarto com um arco na mão.
Mesmo em meio de um ambiente tão hostil os visitantes não poderiam deixar de notar o corpo completamente tatuado de Sibila; as tatuagens eram símbolos cabalísticos nunca vistos por eles antes.
- Iriden! Baixem suas armas e quebrem o selo da porta! – bradou a voz de Dan-Lil de dentro do quarto.
As irmãs baixaram suas armas, os visitantes se afastaram.
Na porta do quarto havia um desenho de uma pequena criança de olhos puxados e com roupas orientais. Sibila passa por eles completamente nua, entrega seu arco aos cuidados de Bulena, coloca suas mãos nos umbrais da porta e toca com suas costas o desenho da pequena criança de olhos puxados, o desenho é vagarosamente transferido da madeira para sua pele.
A porta se abre. Dan-Lil volta seus olhos para suas acompanhantes.
- Como ousam levantar suas armas para um Lorde Guardião! – falou Dan-Lil irritada – Sibila vista suas roupas!
As irmãs fizeram um sinal de reverencia e andaram um passo para traz. Dan-Lil continuou:
- Pela Grande Promessa...
- Pela Grande Promessa – respondeu o Lorde Guardião do primeiro capitulo.
- Onde está Ogg-Van-Bell? Pensei que viria ele mesmo levar-me
- Ogg agora é guardião do segundo capitulo, eu sou responsável pela lei de Eisabeldan.
- Que interessante é a primeira vez que vejo um cavaleiro da congregação dos ossos eleito Lorde Guardião. – olhou para unhas negras do Guardião – conheces um pouco da lembrança eterna de Lev-Land?
- Não tão bem quanto você, mas o suficiente para julgar a terra de Eisabeldan. – quando falou ele deu ênfase a “terra de Eisabeldan”.
- Não falei Lev-Land por mal, – disse Dan-Lil – é que nós seres mais antigos de Eisabeldan não pegamos ainda o habito de chamar assim esta terra.
O Lorde-guardião olhou para espada e para as agulhas no cabelo de Dan-Lil:
- Então já sabe a que viemos – disse o Lorde guardião
- Que tipo de Iriden eu seria se não conhecesse minha própria lembrança – Dan-Lil retirou suas agulhas do cabelo e deu-as a um dos cavaleiros que acompanhava o acompanhava, assim também como sua espada.
- Não esta esquecendo mais nada? - disse o ele.
- Ah! Claro minhas cartas! – ela tirou uma pequena caixa de baralho do bolso e lhe entregou.
As irmãs observavam tudo com espanto e sem entender o que estava acontecendo.
- Pronto agora podemos ir!
- Preciso fazer minha ultimas anotações no memorial da casa azul – disse Dan-Lil
- Então vamos até a casa azul!


- Homens são proibidos no memorial, vocês terão que esperar do lado de fora – disse Incra.
Nem se pudessem eles não conseguiriam entrar no memorial, ele ficava suspenso no ar pela mágica das Iriden no meio do abismo das ilusões.
As irmãs juntamente com Dan-Lil invocaram cada uma a sua mandala e voaram em cima delas ate o memorial.
- Elas vão fugir! – gritaram os acompanhantes do Lorde Guardião
- Calem-se! – disse ele – essas são criaturas de De-Loren, as primícias da grande promessa, elas nunca fugiriam da justiça.
Dentro do memorial as irmãs preparavam o grande livro para ser escrito, mas não tinham coragem de fazer qualquer pergunta sobre os correntes acontecimentos.
Dan-Lil subiu um degrau acima para que pudesse alcançar as paginas do livro.Ela escreveu vinte e duas paginas e um pós escrito que dizia o seguinte:
“Vivi de lembranças por que não pude viver na realidade meus sonhos, pagarei justamente o dano causado a lembrança eterna e aquele a quem amo”.
Pela grande promessa, pelas Iriden, pela lembrança eterna, por Lev-Land.
Por Od-Lanier.
Eu sempre estarei aqui.
Dan-Lil, 22º mestra da Casa Azul.
Houve alguns minutos de silencio os olhos de Dan-Lil se encheram de lagrimas, mas ela não poderia se dar o luxo de chorar, afinal ela era uma mestra, tinha que dar exemplo para suas subordinadas.
- Incra!
- Estou aqui senhora!
- a partir de agora assumiras o posto de Iriden-Baurium.
As outras irmãs não se surpreenderam com a escolha, pois elas sabiam que se haveria alguém com capacidade para o cargo esse alguém seria Incra.
- Senhora e não estou preparada...
- Eu também não estava quando o assumi. Na próxima lua cheia ordeno que seja ordenada mestra da casa azul.
Houve um novo silencio.
- Senhora o que esta acontecendo – perguntou Bulena.
- Minha doce Bulena! Sua senhora será jugada pela Ordem Celestial.
- Mas que crime cometeu?
- Há ainda muito para se descobrir da lembrança eterna, talvez um dia suas mentes possam suportar esse conhecimento. – Dan-Lil voltou seu olhar para Sibila – Minha criança, creio que já dominas completamente a técnica das marcas do destino, Tenho um pedido a lhe fazer.
- Senhora meus dons estão a seu serviço. – disse Sibila.
- Bulena, preciso do teu dom, toque SI bemol em tua flauta para mim.
-Senhora! Mas esse som é perigoso, ele materializa...
- Sim! Ele despertaria todas as marcas de Sibila, e isso é perigoso – Dan-Lil sorri para Sibila – Sibila algum dia já se perguntou de onde vieram suas marcas.
- Senhora,sou uma Iriden,meu dom despertaram da minhas lembranças.
- Criança! Uma iriden é apenas a guardiã da lembrança eterna, nunca ela possuirá sua própria lembrança. - fez uma pausa e sorriu – Seus dons vieram desse grande livro que chamamos de Memorial, ele guarda as lembranças desde tempos imemoráveis.
- Senhora, já folheei varias vezes este livro,poucas paginas estão escritas,como pode ele conter toda a Ileel (historia)? – disse Incra.
- Minha criança... A cada grau que se sobe, uma Iriden consegue ler mais paginas desse livro, tu só conseguiste ler o que o que teu grau lhe permitiu ver.
- Eu devo tocar minha flauta ou não senhora?
- Espere um momento Bulena... - Dan-Lil folheia as paginas do memorial – Sibila coloque suas mãos sobre as paginas abertas do memorial!
- Senhora, não entendo...
- Ora! Sibila seus poderes vieram da lembrança eterna, para que Bulena possa tocar sua flauta é necessário que você devolva esses poderes,não te preocupes,poderá tomá-los de volta mais tarde.
Ela deixa cair suas vestes, põe suas mãos sobre o livro e suas marcas começam a ser transferidas para ele, já fazia muito tempo que não via partes de sua pele que era coberta pelas marcas.

- retire suas mãos agora, não temos a intenção de passarmos a marca de tua mandala para o livro. – falou Dan-Lil – Agora toque sua flauta Bulena.
O som da flauta das ilusões ressonou sobre toda ilha, todas as Iriden despertaram involuntariamente suas mandalas.
Dentro do salão do memorial as irmãs estavam em volta de Dan-Lil, suas mandalas estavam tão perto uma da outra que parecia uma só formação. De entre as sobrancelhas de Dan-Lil, do que todas pensavam ser um pequeno sinal, começava a brotar um objeto pontiagudo.
Bulena interrompe sua flauta:
- Senhora! É uma marca, se continuar tu morreras! – fala ela desesperada.
- Continue Bulena, eu não morrerei!
Um fio de sangue corria no rosto de Dan-Lil enquanto o som da flauta continuava, ela agarrou com os dedos a ponta da agulha que saia de sua pele e o puxou para fora, era realmente uma agulha, media aproximadamente uns trinta centímetros.
O orifício na testa de Dan-Lil cicatrizou-se rapidamente, deixando apenas um fio escarlate de sangue que descia pelo seu rosto, Incra rapidamente o limpou com uma das mangas de seu quimono:
- Muito obrigada minha criança - disse Dan-Lil .
- E sempre prazeroso servi-te senhora – disse Incra.
- Sibila minha criança, coloque novamente suas mãos sobre o memorial e pegue suas marcas de volta.
Ela colocou suas mãos sobre o memorial e rapidamente as marcas do destino voltam a seu corpo.
- Agora que recuperou tuas habilidades tenho um pedido pra fazer-te, queria que tu desmaterializas-se e absorvesse a agulha que saiu de minhas entranhas.
Dan-Lil repousa a agulha sobre as mãos de Sibila, ela começa a soprar sobre o objeto e este se converte num pó acinzentado que percorre todo seu corpo ate formar uma marca do destino entre seus seios.
- Quero que guarde isso com a sua vida, entendeu Sibila?
- Sim Senhora, entendi!
- Eu tenho mais um pedido a fazer ... Desde que me tornei Iriden-Baurium vocês tem me acompanhado, têm mostrado fidelidade a seu juramento e a mim... – Dan-Lil faz um pequeno silencio – quero que façam seu voto silencioso, tanto da nossa jornada do passado quanto sobre todos os acontecimentos que acontecem hoje aqui dentro deste memorial... Sei que é o juramento mais duro que se possa pedir a uma Iriden...
-Tudo bem senhora para mim senhora – falou Incra.
- E para vocês outras – elas balançaram a cabeça afirmando que sim.
- obrigado! - disse Dan-Lil.

O Lorde-Guardião do primeiro capitulo avistou o brilho das mandalas que se aproximavam rapidamente.
- Estou pronta para meu julgamento – Disse Dan-Lil ao pousar sobre o lugar onde se encontrava os membros da Ordem Celestial.
- Senhora, ainda voltará? - perguntou Bulena
- Se eu for condenada... - emudeceu-se por um instante - minha doce Bulena, não há casos de alguém que tenha voltado dos campos da solidão... adeus...
Naquele momento ela foi interrompida pelo Lorde-Guardião
- Temos que partir a conclave nos espera para o julgamento.
- Adeus Senhora – falaram as irmãs em coro
O Lorde-guardião pegou a enorme chave que pendia do seu pescoço entre as mãos e pronunciou com voz dura:
- Lê-Benodorf!
A chave se transformou num pó cinzento que os envolveu numa nuvem, em alguns instantes seus corpos eram um só com o pó que os levou pelos ares. Seu destino? as irmãs sabiam que naquela estação visitariam o palácio da Conselho Imperial em Lel-Dorf .



Este texto é administrado por: Reinaldo Mendes do Nascimento
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