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Culinário Japonesa e um amor
Guilherme Santos

Resumo:
Como nossa opinião pode mudar quando amamos? Veja.

Tentando reconhecer algum olhar. Seja azulado, ou um verde, castanho ou mesmo negro. Muitos despertam aquele estranho desejo que não sabemos explicar: não da relação sexual entre homem e mulher, mas da relação homem protetor e mulher frágil, e simultaneamente, forte.
Sinto que minha missão é te proteger. Abraçar-te quando está triste, acalmar-te quando estiver irritada, sorrir quando estiver desamparada.
Quero sua cabeça sobre meu colo, falando das coisas alegres do mundo. Nada demais, diga-me coisas de sua família, suas conquistas, seu período no Ginásio, ou quem sabe, do 2º Grau. Quero ouvir seus sonhos, seus anseios.
Quero dividir com você minhas tardes de sábado, minhas manhãs de segunda-feira, minha alegria, minhas conquistas, minha bebida, meu lençol...
Quero cantar para você dormir. Quero ver-te dormindo, como um anjinho. E quando despertar, serei feliz com seu sorriso, ainda que os olhos estejam entreabertos, e os braços estejam esticados para espantar a preguiça.
E se fazer frio, irei aquecer da maneira mais agradável que pode existir. Se, entretanto, o calor for exaustivo, irei carinhosamente soprar no teu lindo e delicado rosto, como uma brisa suave que vem beijando...
Vamos andar descalços na praia, à noite, com uma bebida gelada em nossa mão e o fogo nas duas outras mãos, que estarão juntinhas, como se tivessem nascido dessa maneira...
Vamos sorrir para os ingratos, ignorar os chatos, brincar com as crianças, jogar dominó e baralho com os idosos, e depois disso, sentir a liberdade das andorinhas e pular de paraquedas?
Vamos estudar, trabalhar, sair, viajar, rir mais, construir nossa vida juntos?
Vamos fazer bolo, fazer canções, fazer chorar, fazer as pazes e fazer amor?
Esqueça-se de amanhã, mas jamais se esqueça de depois de amanhã.
Já falaram de mim, disseram que eu era chato, frio, cafajeste, sem sentimentos, sem coração, desinteressado, grosso, desatencioso, sem carinho. Eu não era assim. Eu era bem pior.
Também me falaram sobre seu passado: uma pessoa revoltada, sem sonhos, sonsa (continua sendo até hoje), má, sem amor, arrogante e teimosa. Eu não acreditei. Eu não te conheci assim, mas como você me confirmou, passei a acreditar que você havia mudado, então.
Lembro do nosso primeiro encontro: você, com aquela roupa que te deixava mais linda do que você já é, e eu, tímido, calça jeans e minha camisa favorita, para te impressionar. Nossos olhares não se cruzavam, porque a timidez estava também presente em você.
Falávamos sobre antigos relacionamentos (agora entendo bem porque nenhum namoro antes deu certo), sobre gostos, hobbys, filmes, música.
O assunto da vez era, sem bem me recordo, culinária japonesa. Eu odeio! Eu peguei sua mão. Acho que fiquei vermelho, pelo menos me senti a incendiar. O fogo aumentou muito mais quando senti que você correspondeu a minha ação, e também segurou minha mão. Eu dei um sorriso de lado, e desviei o olhar para o cardápio que estava à minha frente, tentando disfarçar a vergonha. Você perguntou se eu gostava de comida japonesa, eu estava tão distraído e nervoso que disse que adorava. Então, você convidou-me para ir a outro lugar, eu, claro, aceitei.
Estávamos sentado na mesa de um restaurante japonês. Depois dos pedidos, percebi o equívoco que eu havia dito. Pensei comigo mesmo, como iria comer aqueles peixes crus, com paladar horrível.
Entretanto, a companhia merecia uma atenção especial, e também esforço além do normal. Resolvi comer Sushi e Sachimi e outras porcarias que os japoneses inventaram. Não sei se foi a doçura dos seus lábios, ou o tempero do amor, que me fizera comer e pedir mais.
A partir daquele dia, passei a frequentar muito aquele restaurante, com você é claro, sempre na mesa da frente, onde poderíamos ver todos os outros clientes sem sermos vistos...
E quando me perguntam qual é minha comida favorita, eu abro um sorriso e com toda a certeza, afirmo: comida japonesa!


Biografia:
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Crônicas Culinário Japonesa e um amor Guilherme Santos


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