Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Vã Melancolia
Thelma Coelho

Resumo:
O texto a seguir fala da minha vida. Da incapacidade de alguns seres humanos de sentirem a vida como ela é.

Vã Melancolia

Quando eu penso em você meu coração acelera! Queria eu começar uma história assim.
Mas a verdade, é que sinto um imenso vazio no peito quando vejo que você não é aquilo que eu esperava. Pensei, várias vezes, em diminuir expectativas, minhas pretensões, mas até que ponto eu espero demais ou você é de menos? Como medir minha incapacidade de ser feliz ao seu lado? Quero ser livre, mas não estar sozinha. Quero sentir, amar, tanto quanto qualquer um. Mas quero que seja real. Quero ultrapassar a barreira criada por esse vácuo do universo, onde tudo termina na carne. Quero ir além. Quero poder falar aquilo que você não quer ouvir. Quero chorar, pular de raiva e, logo depois, sem demora, de alegria de sentir o teu perdão. Porque você, você vai me compreender. Você foi criado para isso. Para estar aqui quando eu precisar, para me dar espaço quando meu silêncio gritar. Quero que me olhe e me entenda. Quero ter piades internas com você. Penso em letras de música e aí, mais me afundo nessa melancolia da relatividade. De tocarem, cantarem e anunciarem um amor tão superficial que não atinge a epiderme. O ser humano é tão confuso a ponto de querer muito, como eu quero, e isso dói. Dói. Dói por perceber que não posso ter o tudo. Mas o nada é tão pouco diante daquilo que posso alcançar que de repente, fico sem saber aquilo que posso conseguir se eu apenas tentar. E onde você estará? Quando você vai chegar? Você vai ser aquilo que eu preciso, mesmo sem ser aquilo que espero? Você é diferente! Eu sou diferente daquilo que você sonhou. Não vou dizer que posso ser o que você precisa, porque me sinto limitada. Minhas mãos paralisam quando penso em mim no futuro. Me assusta. Mudo constantemente. Faço coisas que eu duvido eternamente. Faço coisas que me arrependo eternamente. Não queria ter feito. Mas tem momentos, apenas flashes, em que queria ter feito mais dessas loucuras ao invés de ter me contido. Embora eu saiba que é errado. Que é prejudicial. Mas me faz pensar e lutar dentro de mim, mas e se... E se eu pudesse fazer e apagar da minha vida. Simples assim! Mas a memória continua em mim. E aí quando penso de novo, no segundo seguinte, já não me arrependo de ter me contido, mas sim, de ter chegado ao ponto que cheguei. Enxergo minha vida como um caminho... longo, denso, totalmente incerto, mas olho para trás. Gosto de olhar para trás e ver meus erros. Enxergo os remendos da minha vida. Porque nos erros, me contive. Peguei a primeira saída e voltei para o caminho que é certo. E não quero acreditar na relatividade do que é certo ou errado, de que não existe errado. Até quando as pessoas serão ingênuas de acreditarem que não há errado. Não é errado dilacerar o meu coração? Fizeram isso. Eu fiz isso comigo mesma. E sim, existe o errado. O errado faz seu coração sangrar. Uma dor que não sai pela lágrima dos seus olhos. Não tinha mais lágrimas. Senti essa dor terrível, essa tristeza aterrorizante que não me deixava gritar e chorar e expulsá-la do meu peito. O ódio. Quero alguém que escute a minha voz, meu choro, e faça essa dor parar e me ajude a acertar o caminho. Acredito sim que, em alguma parte do mundo, existe alguém que compartilha desses meus conflitos, que reflete e enxerga um macro ambiente além de sua bolha. Começo esse texto com um tom melancólico, solitário e carente, e até mesmo romântico. Mas no fundo do meu peito, são sentimentos egoístas, referentes a mim e não ao universo. O que ocupa minha mente não são projetos humanitários, mas as marcas que estão na minha mente e coração. Mas o que me consola: minha alma está intocada. Os nós e remendos do meu caminho estão lá, mas não criaram abismos tão profundos. Peço alguém que me entenda. Tudo que eu quero é compreensão. Algo que até o silêncio pode me dar. Não peço muito. Mas também não quero querer nada. Ser pobre na pior pobreza que existe. Não ter sonhos, desejos, avanços, mudanças, surtos. Acredito que não há homem ou mulher mais infeliz do que aquele que não fez absolutamente nada do que quis. Deitar a noite e saber que você é um nada. Que você não conquistou nada. Que você não perdeu nada porque não teve nada. Que nunca se arriscou para alcançar algo. Eu tenho medos, mas meu maior medo é parar de enfrentar os meus medos. Muitas e muitas vezes, confundi essa luta contra o medo com insensatez. Mas me contive. A complexidade da minha mente, alma e coração é tão grande - que fiz tudo que fiz - propositalmente sem pensar. Luto comigo mesmo para tentar me entender. Como posso pedir que haja um ser humano capaz então de fazê-lo? Não tenho menor pretensão de conseguir um companheiro perfeito. Ao contrário, a perfeição desperta em mim uma repulsa extrema, pois é totalmente fantasiosa. Só conheço UM perfeito e esse não é humano. Mas tenho a pretensão de alguém que me ame tanto que busque me entender, mesmo sabendo dessa impossibilidade. Quero muito. Quero o tudo e não o vazio que sinto agora.





















Biografia:
Número de vezes que este texto foi lido: 52812


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Vã Melancolia Thelma Coelho


Publicações de número 1 até 1 de um total de 1.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 69104 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 58000 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 57659 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55935 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55252 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 55251 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 55141 Visitas
Coisas - Rogério Freitas 55015 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 55013 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54991 Visitas

Páginas: Próxima Última