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ADORAÇÃO
Silvio Dutra

Sem santidade não há adoração. E a santificação demanda a nossa responsabilidade em praticar a Palavra, apartando-se do mal e praticando o bem, em outras palavras, despojando-se da carne e revestindo-se de Cristo.   
Cabe ressaltar que a impressão que nos causa o conhecimento sobre o esplendor da glória de Deus, do Seu trono e dos seres celestiais que o cercam, não deve ser o motivo da nossa adoração, mas aquilo que o Senhor é em Sua natureza.
Desde os profetas do Velho Testamento somos ensinados que aquele que se gloriar, glorie-se no Senhor (Jer 9.24). Em conhecê-lo em Seus atributos, especialmente os de justiça, amor e misericórdia.
Não devemos nos gloriar nas coisas que o Senhor tem feito por nós, mas no Senhor mesmo.
É Ele quem deve ser adorado e não as Suas obras.
Devemos adorá-lo também pelas Suas obras, mas não adorá-las.
Os querubins são obras da mãos de Deus, assim como todas as demais coisas e seres.
Devemos ter o diligente cuidado para não adorarmos o que Deus criou ou mesmo o que possa criar a nossa imaginação.
Somente o Senhor deve ser adorado porque só Ele é digno de adoração. Ele nos criou, redimiu do pecado, nos vestiu com a justiça de Seu filho, deu-nos a vida eterna, a habitação do Espírito, um coração inteiramente novo na regeneração, tem nos capacitado e ensinado a vencer o mal e a andar em justiça, livrou-nos da maldição da lei, da condenação eterna, da servidão ao pecado e ao diabo, e nos tem aceito inteiramente como filhos através de Cristo.
É por isso que quando Moisés pediu ao Senhor para ver a Sua glória (Êx 33.18), Ele não lhe deu a visão do trono e dos querubins que deu a Ezequiel, para que Ele não confundisse a verdadeira glória do Senhor com as manifestações externas da Sua majestade. Para não confundir a glória da vestimenta do Rei, com a glória do caráter do Rei.
Assim a resposta de Deus ao desejo de Moisés foi a revelação do Seu caráter, e a manifestação da Sua misericórdia que escolhe salvar os pecadores que amam a Sua santidade, pela graça, dizendo-lhe que é compassivo, clemente, longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade; e que guarda a misericórdia até mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até à terceira e quarta geração (Êx 34..6,7).
Diante destas palavras, Moisés se curvou imediatamente para a terra e adorou o Senhor (Êx 34.8).
A profecia de Ez 28.14-19, refere-se a Satanás como querubim da guarda ungido que perdeu a sua perfeição por causa da iniquidade.
Satanás ainda detém muito do seu primitivo poder.
Suas hostes o obedecem e é o príncipe deste mundo.
Mas inteiramente vencido pelo mal, por causa da sua rebelião e desobediência a Deus, perdeu o seu estado original estando já julgado à condenação eterna.
Ele cobiçou a glória externa da majestade de Deus (Is 14..12-14) e não valorizou a verdadeira glória de Deus que é ser bondoso e misericordioso. Negligenciando o verdadeiro valor não buscou ser igual a Deus em Seu caráter e veio a cair.
De igual forma todo aquele que procura agradar a Deus sem levar em conta a importância de valorizar aquilo que Ele é em Sua natureza e caráter (santidade, amor, bom, justo etc) corre o risco de não tentar agradar a Deus pela reprodução do que Ele é em essência, em sua própria vida.   
Como a chamada do cristão é para ser semelhante a Cristo (Rom 8.29,30) segundo o propósito eterno de Deus, então é no alto, onde Cristo vive, que deve buscar as cousas que lhe convêm à sua santidade, pois que se encontram no próprio Cristo (Col 3.1-4).
E é nisto que deve ocupar o seu pensamento, e não nas coisas terrenas, quando o assunto se refere à sua santificação.
Não a achará fora de Cristo, e sem fazer morrer a sua natureza terrena, despojando-se das obras da carne (Col 3.5-9), e revestindo-se das virtudes de Cristo (Col 3.12-17), porque foi regenerado pelo Espírito, recebendo uma nova natureza na conversão (Col 3.9,10).
O verdadeiro tesouro eterno do cristão está no céu e não na terra, é portanto nas coisas celestiais que deve estar o seu coração.
Certos pregadores da mídia, e em muitas igrejas, ensinam que o objetivo da fé em Jesus é que os cristãos sejam ricos, cheios de saúde, prosperidade e sucesso mundano no aqui e agora.
É o chamado evangelho da prosperidade.
A igreja, de modo geral, não tem o céu em sua mente, e o resultado disto é que tende a ser indulgente e egoísta e centrada em si mesma e fraca. É seu desejo estar confortável somente com passageiros pensamentos sobre o céu.
Que as visões dos querubins na Palavra, em Ezequiel e Apocalipse e em outras passagens das Escrituras, e de tudo o mais que nos revela a realidade do céu, nos ajudem a despertar para a realidade de que somos cidadãos do céu e não deste mundo.
Que teremos toda uma eternidade para ser vivida não aqui nesta terra, mas na nossa pátria celestial.
Devemos nos preparar para o local onde viveremos para sempre e por um tempo que não termina e que não pode ser comparado com a nossa brevíssima peregrinação aqui na terra.
Nossa herança eterna está no céu, não aqui na terra, de onde, a propósito nada levaremos conosco quando da nossa partida para a glória.
Nosso Pai está no céu, nosso Salvador também, nossos irmãos e nossas irmãs estão lá e todos lá estaremos um dia, nossa morada eterna está no céu, nosso novo nome está lá e a eterna função que teremos também está lá. A perfeição de caráter, de amor, de unidade, também.
João diz que o mundo passa (I Jo 2.17), mas o terceiro céu jamais passará assim como aquele que faz a vontade de Deus.
O problema está em se pensar no céu como um local imaginário. Muitos pensam que o céu é um estado de mente. Mas a Bíblia afirma que o céu é um lugar, assim como o inferno é também um lugar.
Em Rom 8.18-25 Paulo fala sobre a glória que será revelada em nossa nova vida no céu. A redenção do nosso corpo. O desejado corpo celestial. É por isso que ele afirma que aspirava por ser revestido da sua habitação celestial, referindo-se ao corpo glorificado que o seu espírito teria no céu (II Cor 5.2).
Seu desejo era que morrendo, o seu corpo mortal seria absorvido pela vida entrando na esperança da glória a ser revelada no céu (II Cor 5.4).
Paulo era um homem com o pensamento centralizado na vida que esperava ter no céu.
O céu era para ele, como de fato é, um local real.
A glória revelada nas Escrituras da beleza e majestade, que ele já havia contemplado num arrebatamento que tivera até o terceiro céu, ao paraíso, onde ouviu palavras inefáveis (II Cor 12.1-5), faziam com que ele aspirasse por ser chamado pelo Senhor para a sua morada eterna, na qual ele já estivera.
I Reis 8.27 afirma que os céus e até o céu dos céus não podem conter a Deus. Isto Salomão disse referindo-se ao templo que construíra para habitação do Senhor.
O local da habitação do Senhor é infinitamente distante da terra, pois está além do universo visível, está no chamado terceiro céu.
Ali estão todos os anjos, os cristãos que morreram, os querubins, os 24 anciãos, e é um lugar infinitamente grande, mas agora pense nisto, Deus é maior do que tudo o que criou.
Não pode ser contido pela criação.
No entanto o terceiro céu é o lugar da morada de Deus.
Assim como nossa casa não pode conter toda a nossa existência e vida, pois agimos em vários locais, mas nela residimos, de igual forma o terceiro céu está para Deus. Não pode restringi-lo em sua ação e movimento, mas é o local da Sua habitação (Is 57.15; Sl 33.14; 102.19).   
Estamos sendo treinados na terra para o céu.
As falhas que cometemos em nosso aprendizado na terra não poderiam ser praticadas no céu, porque é um lugar de absoluta santidade e perfeição.
Por isso existe uma grande distância entre a terra e o terceiro céu, onde Deus habita.
Por isso Deus criou a terra e colocou nela o homem.
Mas ninguém pense pelo muito pecado e injustiças que vê na terra, que há alguma sombra destas coisas no céu. Ou que o céu não exista de fato em face do mal que existe na terra. Exatamente o contrário, em razão de haver terra, primeiro, segundo e terceiro céu, prova-se que de fato Deus é santo e não habita em Sua morada eterna onde exista o pecado, portanto, não há outra alternativa para quem deseja ir para o céu, senão a de santificar a sua vida.
A retirada da Sua glória do templo de Jerusalém na visão que fora concedida a Ezequiel, prova que Ele não permanece onde predomina o pecado, assim como ocorrera com a nação de Judá nos dias do profeta.    
O próprio Deus vem ao encontro do pecador que se arrepende para torná-lo santo e habilitado para viver no céu (Is 57.15). Mas nenhuma impureza, nenhum pecado pode penetrar lá (Apo 21.27; 22.15).
Por isso semeia-se neste mundo corpo natural que morre, pela corrupção do pecado, mas ressuscita-se ou colhe-se corpo espiritual (I Cor 15.44).
Semeia-se em fraqueza, conforme nossa natureza terrena, e ressuscita em poder, conforme a glória do corpo que teremos no céu (I Cor 15.43).
O corpo que temos neste mundo, em razão do pecado de Adão, foi semeado com uma semente corruptível, que de fato veio a se corromper, pois todos pecaram, mas para os que crêem, que foram regenerados de uma semente incorruptível, a Palavra de Deus (I Pe 1.23), há uma ressurreição em glória (I Cor 15.42).
O céu é infinito assim como Deus é infinito. Mas é um local acessível ao cristão assim como foi a Ezequiel em sua visão, quando foi arrebatado ao terceiro céu, tanto como Paulo e tantos outros.
E que nunca esqueçamos que dentre os muitos significados que possam ter os rostos dos querubins, em suas formas de leão, boi, águia e homem, que eles nos falam sobretudo do caráter que deve ser encontrado nos filhos de Deus, da mesma forma que se encontram em Cristo.
Os cristãos devem ter a força, a coragem, a ousadia e a majestade do leão, especialmente em sua luta contra os poderes da trevas e do pecado, assim como elas se encontram em Cristo; devem também ao mesmo tempo ter a mansidão, o serviço, a humildade, o sacrifício representados no boi; assim como estão em Cristo e que nos ordena que o imitemos em Sua mansidão, humildade e serviço; devem ainda ter a perseverança da águia que voa contra a tempestade, vencendo assim todas as tentações e tribulações, assim como Cristo venceu o mundo; e finalmente tendo as características essenciais da perfeita humanidade assim como nos foram reveladas em Cristo, em sua misericórdia, ternura, amor, bondade, alegria, enfim, em todos os atributos que recebemos do próprio Deus, pois que fomos criados à Sua imagem e semelhança.
O pecado desfigurou tal imagem corrompendo a natureza terrena, que foi destinada por Deus à destruição, pois está reconstruindo em nós tal semelhança por meio de Cristo, através da co-participação em sua natureza divina (II Pe 1.4), a partir do novo nascimento.
Recebemos uma vida novinha em folha que está destinada ao crescimento até a estatura de varão perfeito.
A natureza terrena ainda guarda alguns resquícios da imagem e semelhança com que o homem foi criado, por isso se vê nela traços da bondade, da justiça, do amor, mas a natureza terrena, em razão do pecado de Adão é qual um edifício que veio abaixo, e que em sua destruição ficou ainda com algumas colunas de pé, aqui e ali, mas está inteiramente destruído, apesar haver tais resquícios da construção original.
Estamos sendo, desta forma, reconstruídos, não utilizando os materiais da antiga construção que ruiu com o pecado, mas transformados de glória em glória, porque é real o trabalho de Deus na edificação desta nova vida que recebemos na conversão.
Mas como vimos, a esta glória de nossa transformação interna, em nosso caráter, há de se refletir também a glória de Deus externamente, nos corpos imortais e celestiais que teremos, tal como esta glória está refletida nos querubins, nos serafins, nos anjos e arcanjos, que já se encontram em seu estado eterno.
Que maravilha !!! Deus nos criou também para este propósito e o tem cumprido através de Cristo.
Assim como trouxemos a imagem do primeiro Adão, que é terreno, com o seu corpo feito do pó, devemos trazer também a imagem do último Adão (Cristo), que é celestial, com o seu corpo glorificado (I Cor 15.45-49).
Deus o fará, porque nos tem ensinado aqui na terra que há vários tipos de corpos, de carnes, de glórias, mesmo entre os peixes há tipos de carnes diferentes, mesmo entre as aves e os mamíferos; até entre os planetas e estrelas, há várias composições diferentes.
Deus o fez assim, e isto nos ensina que de fato a composição e a glória do corpo eterno que teremos, será totalmente diferente da condição do corpo que se corrompe, no qual habitamos agora (I Cor 15.35-42).
Segundo Daniel 12.3 nossos corpos resplandecerão com o fulgor do firmamento e brilharão como as estrelas, sempre e eternamente, e aí, tal como os querubins refletiremos a glória do Senhor, e somente então poderemos suportá-la em Sua plenitude, e com a face aberta poderemos contemplar a face do Santo, e juntamente com os vinte e quatro anciãos querubins, serafins, arcanjos e anjos, prostraremos nossos rostos e adoraremos Aquele que se assenta no trono e ao Cordeiro.
Finalmente, devemos considerar que nossa visão do céu não deve estar localizada apenas nos querubins, nem mesmo nos bilhões de criaturas celestiais que lá residem, mas no Criador.
Lembremos, que em Apocalipse João ouviu a voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões, e milhares de milhares, que adoravam a Cristo dizendo: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra e glória e louvor.” (Apo 5.11,12).
Os santos servirão ao Senhor no céu (Apo 7.15; 22.3). O céu será um local de serviço permanente, dia e noite, tal como fazem os querubins e todos os demais seres celestiais. Ninguém estará desocupado no céu. Este é de fato um local de descanso das tribulações, aflições e canseiras deste mundo, mas não no sentido de estarmos desocupados. Não haverá tristezas e dores no céu. Os santos não se cansarão.   
Os querubins e os anjos estão em estado de exaltação no céu, e por isso a sua adoração é contínua e perfeita, mas nós, na terra, estamos ainda no estado de humilhação. As tribulações estão aperfeiçoando o nosso caráter.
Falamos muito sobre adoração, porque esta é uma das funções principais de todos os servos de Deus, quer terrenos, quer celestiais, inclusive os querubins e os anjos, mas, em razão da nossa atual limitação somos também incentivados à oração para receber a misericórdia de Deus e achar a graça que nos socorre na ocasião oportuna conforme determinada pela soberania do Senhor.


Biografia:
Servo de Deus, que tendo sido curado, pela graça de Jesus, de um infarto do miocárdio e de um câncer intestinal, tem se dedicado também a divulgar todo o material que produziu ao longo dos 43 anos do seu ministério, que sempre realizou para a exclusiva glória de Deus, sem qualquer interesse comercial ou financeiro. Há alguns anos atrás, falou-me o Senhor numa visão que eu fosse ter com os puritanos e com Martyn LLoyd Jones. Exatamente com estas palavras. Por incrível que possa parecer, até então, nunca havia ouvido falar sobre os puritanos e LLoyd Jones. Mais tarde, fui impelido pelo Senhor a divulgar todo o material que havia produzido como fruto do referido estudo. Você pode ler e baixar estas mensagens nos meus seguintes blogs e site: http://livrosbiblia.blogspot.com.br/ Comentário dos livros do Velho Testamento https://www.legadopuritano.com/ https://spurgeonepuritanos.net/ https://jenyffercarrandier.wixsite.com
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