Deixar a si mesmo é partir sem ter a necessidade de deixar ou encontrar um lugar. Podemos nos deixar sem esforço, podemos partir, mas permanecer onde estamos. Deixar de si mesmo é também e simplesmente, ausentar-se.
Deixar de ir, de marcar presença, deixar de opinar pode ser positivo. Abrir mão do direito de resposta, deixar de esperar, diminuir as expectativas, faz parte do processo de negação do eu.
Não mover uma palha, não alterar o tom, não induzir, deixar de ter razão é uma etapa a ser vencida, se quisermos nos reinventar. Manter-se em silêncio, desaparecer por um tempo tem sua elegância. Há um charme nisto.
Deixar de si mesmo é sair de cena. Não querer que a luz do teatro foque em seu personagem é amadurecer. Deixar-se em paz até que seu “eu”verdadeiro se manifeste é evoluir.
Ir embora de nós mesmos é ficar offline. É espiar pela janela enquanto alguém bate no portão, é dopar seu ego.
Deixar a si mesmo não é ficar estático no meio da estrada mas, antes de tudo, é caminhar para dentro, percorrendo uma estrada interna, por um caminho que pode levar um longo, longo tempo.
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Biografia: Estudante de Jornalismo, blogueira, amante das palavras e apaixonada por comunicação. Gosta de um bom samba, adora bossa nova, entra em êxtase com um bom jazz, chora ao som de blues e se anima toda com o soul. Ama biografias e crônicas. Também é redatora publicitária e revisora de textos. Fiquem à vontade. |