Santa Marinha |
Therezinha Gonçalves da Costa Bruno |
Achei um livro muito antigo
Algo que me interessou
A história de uma jovem
Por tudo que ela passou.
Ela tinha o mesmo nome
De minha mãe Marinha
Isso me fez curiosa
De saber sobre a santinha.
E como costume meu
Tudo em poesia transformar
Escrevi esses versinhos
Para a história lhes contar
A sua mãe morreu logo
Depois de lhe dar a vida
E esta pequena órfã
Teve uma vida sofrida.
Seu pai um homem justo
Tinha uma vocação
De seguir o sacerdócio
Um desejo de coração.
Resolveu tornar realidade
Este sonho de repente
Doou a sua fortuna
Para o próximo seu parente.
Pediu que tomasse conta
Da menina com gratidão
Retirando se em seguida
Para o mosteiro em oração.
Ali tornou se monge
Deixando a glória do mundo
Mas passados tantos anos
A tristeza o abateu profundo.
Saudade da filha querida
O fez tomar uma decisão
Dizer ao abade que tinha
Um filho amado de coração.
O abade preocupado
Com essa imensa tristeza
Disse para o pobre pai
Busque o filho, com presteza.
O pai muito emocionado
Busca a filha querida
Por quem se preocupava
Estar longe toda a vida.
Mas para que pudesse
Lá no mosteiro ficar
Tinha que parecer menino
E os cabelos cortar.
A jovem aceitou a ordem
Mudando o modo de se vestir
Tinha que fingir de homem
E jamais o desmentir.
Tinha que manter sempre
O segredo bem quietinho
Passou então a se chamar
Com o nome de monge Marinho.
Chegando lá no mosteiro
Fazia jejum e abstinência
Mostrando boa conduta
Tendo a todos obediência.
Seu pai tinha o oficio
Dirigir o carro do mosteiro
Buscando provisões tão distante
Viajava o dia inteiro.
Quando o seu pai faleceu
Deram-lhe a mesma função
Mas a filha do estaleiro
Moça sem coração.
Mentiu que o filho que esperava
Era do pobre marinho
Mas como prometera ao pai
Tinha que sofrer sozinho.
Foi expulso do mosteiro
Passando frio e fome
Por três anos seguidos
A doença então o consome.
O abade arrependido
O chama para voltar
Mas muito debilitado
Nem conseguia andar.
Morrendo logo em seguida
Descobriu-se a verdade
A virgem que era monge
Ganhou sua santidade.
A caluniadora por vez
Foi muito bem castigada
Tornou-se louca demente
Por ter a outra ultrajada.
Dia 18 de junho
A ela é dedicado
Querida Santa Marinha
Proteja-nos do pecado
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Biografia: Escritora e poeta; |
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