Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Órbita Oráculo 1
Capítulo 1. Missão
Guyoshi

A terra era totalmente desabitada e sórdida. O céu azul escuro revelava a distancia da qual ele se encontrava da estrela mais próxima. Um pequeno ponto no céu indicava o Sol em seu esplendor mínimo.
Durante toda a sua eHydetência, esse planeta nunca havia sido tocado. E então, o homem o alcançou com sua tecnologia avançada e sua vontade ilimitada de descobrir e conquistar.
Pés metálicos desciam das nuvens cinzentas e uma forte lufada empurrou a poeira para todas as direções. Enquanto descia cada vez mais, o barulho emitido pelos motores da nave, ia cessando, até que por fim, ela pousou.
Era uma nave avançada, antenas pareciam estar conectadas a fios e vidros pressurizados pareciam vir de todas as direções. Os visitantes haviam chegados e estavam prontos para explorar.
Quando uma pequena porta metálica se abriu, os astronautas saíram em seus trajes completamente densos e pisaram pela primeira vez naquele solo até então intocado. Assim que três dos astronautas pisaram na terra, houve uma grande comemoração e um dos homens retirou algo de um dos bolsos e falou:
– Estou agora registrando este grande passo para o nosso mundo. Ceres está perto de uma revolução tecnológica e nós, do esplêndido Herudes B, fomos os primeiros seres extra-cerestres a pisarem no Planeta Frigus – o objeto, pelo que parecia, captava todo movimentos e áudio do que acontecia naquele local – e se um dia, houver um retorno á esse planeta… todos lembrarão que nós fomos os primeiros.
O astronauta á sua esquerda lhe entregou uma bandeira azul com o desenho de um pentágono vermelho em seu centro, cujo interior possuía uma pequena elipse azul-clara contornando uma estrela amarela. E abaixo da elipse, atravessando o pentágono, a palavra Ceres se destacava em Azul-Escuro.
Assim que o astronauta do centro – que segurava o pequeno objeto gravador – apanhou a bandeira, apressou-se a entregar o gravador para o amigo e enfiou a haste da bandeira ao chão, enquanto fechava seus olhos em um sorriso vitorioso.
– Conseguimos! – disse o astronauta da direita enquanto observava uma leve brisa sacudir a bandeira – Tem certeza que esse tecido é resistente? Pois não me parece.
– É sim Sr. James. Pode acreditar em mim, esta haste e sua bandeira ficarão aí por um longo tempo. E a não ser que outros seres extra-cerestres invadam este planeta e soterrem a bandeira, ela continuará intacta.
– Certo senhor! – respondeu o astronauta de nome James.
– Como pude me esquecer – disse o astronauta do meio novamente – aqui está Josh – e retirou um pequeno objeto fino, cuja ponta havia um pequeno espinho de tinta entregando-lhe para o astronauta da esquerda.
– Nossas assinaturas, é claro! – concordou Josh quando apanhou a pequena caneta e ajoelhou-se na frente da bandeira enquanto assinava o seu nome, a mão atrás para apoiar. Era completamente difícil escrever com aquelas luvas gordas em suas mãos, mas havia nelas um pequeno buraco, pelo qual a caneta se encaixava e assim facilitava o serviço. Assim que os três assinaram, o astronauta de nome James retirou sua bolsa e dela, um pequeno ser metálico foi colocado ao chão. Quando apertou um botão, ás suas costas, o ser ganhou vida e se arrastou pela superfície do planeta, recolhendo partículas da poeira, analisando a atmosfera e fotografando o ambiente.
– Vamos entrar. Dentro de meia hora teremos de partir – disse o astronauta do meio e todos assentiram enquanto caminharam até porta da nave e deixavam a só o pequeno robozinho metálico.
Assim que a porta atrás de Josh se fechou, os três apressaram-se a retirarem seus trajes superiores e entrarem numa segunda porta metálica de segurança.
– Vamos ficar mais um pouco? – perguntou James assim que entraram pela segunda porta, alcançando uma área apertada, porém confortável. Haviam algumas poltronas dispersadas pela sala em que estavam.
– Não podemos. Temos ordens de apenas lançarmos a bandeira e filmarmos o momento principal. E já o fizemos.
– Capitão. Somos os primeiros homens a pisarem num planeta tão distante, o que nos torna ícones
– E exatamente por isso não mancharia minha imagem sendo esse ícone desobedecendo ordens da nossa missão – respondeu o capitão sem com que encarasse James.
– Certo então… vou dar uma olhada lá de cima, e já volto – disse James se levantando da poltrona. Josh não demorou a pigarrear ao colega.
– Fique aí mesmo James – ordenou o capitão enquanto procurava por uma banana desidratada no armário – A cláusula de número 78 do artigo sobre exploração extra-cerestre no Livro das Leis de Joshua Jevemburl, cita as consequências que levam uma desobediência direta ao governo de Heritam.
– Acalme-se Sr. Vort, vou apenas ao banheiro. Este traje está me matando.
E sem que dissesse mais nada, subiu uma escada de mão até o piso superior de onde se dirigiu ao centro de comando da nave.
–… e ao norte avistamos apenas montanhas – disse uma voz enquanto James percorria um corredor metálico – Sim, nesse momento eles já devem ter embarcado novamente. Ah sim, o Pequeno HB-M já está capturando dados? O quê? Oxigênio? Ah sim, informação valiosa então, certo? Acho incrível a velocidade com que já se é possível enviar transmissões mesmo de uma região tão…
– Derum? – interrompeu-lhe James assim que entrou no centro de comando. Derum parecia ser o mais jovem dos quatro astronautas, e também o menos experiente.
– Um momento, – disse Derum em um pequeno dispositivo que assemelhava-se a um Headset. – James está aqui.
Assim que retirou o Headset, se levantou e cumprimentou James e recolheu uma vasilha com uma substância em pó dentro.
– E então? Como é lá fora? – perguntou, ansioso enquanto comia algo que mais parecia uma farinha queimada.
– Nada de mais. Apenas poeira, montanhas de poeiras e desertos de poeiras. Nada de tão impressionante.
– Ah sim… – respondeu Derum nada convencido enquanto James removia seu traje de astronauta.
– Não perdeu muita coisa não, Derum. Eu lhe garanto que quando votarmos, receberá o título tanto quanto nós, de o primeiro explorador do Planeta Frigus.
– Certo, se você diz. E como estão Josh e o capitão?
– Bom, Josh está tranquilo, mas o capitão se mantém sempre sério. Parece que está descontente com a nossa presença. O único momento em que lhe vi realmente contente foi quando estávamos lá fora.
– Ah sim – respondeu Derum quando James pegou sua vasilha do que quer que seja aquele alimento em pó e começou a comê-lo.
– Bom – apreciou James, a boca cheia – Muito Bom. É o quê?
– Ameixa e Figo – respondeu Derum retornando ao seu lugar e recolocando o Headset.
– Ele está bem, comandante – disse através do Headset – todos estão. A missão foi concluída com êxito.
– Derum… – chamou James – tem vontade de ir lá fora?
Derum após teclar alguns dígitos no painel a sua frente, virou-se para James e arregalou os olhos.
– O que quer dizer com isso? – perguntou – não podemos mais sair.
– Hm… – James fez com a mão indicando que estava com a boca cheia. Assim que engoliu o alimento, apontou para baixo – quem descobriria? Eu posso atraí-los para cá e…
Porém no mesmo instante foram interrompidos por um estrondo enquanto tudo tremeu. Derum foi lançado alguns metros longe e James quase caiu ao chão, derrubando a vasilha quase limpa.
– O que foi isso? – perguntou Derum se levantando e correndo para sua cadeira – Acho melhor nós irmos embora, não é?
James não respondeu. O que será que causou todo esse tremor na nave. Algo parecida estar errado. Sem olhar para trás, abriu a porta e seguiu pelo corredor metálico a descer pelo escada de mão.
Quando chegou ao piso inferior, encontrou as poltronas reviradas e os alimentos espalhados pelo chão.
– Josh? Capitão Vort? – chamou James sem obter respostas.
Quando o pior lhe veio á mente, um susto lhe tirou do pesadelo e lhe trouxe a realidade.
Josh havia lhe tocado as costas. Estava completamente trajado e parecia estar pronto para sair da nave.
– O que aconteceu? Onde está o capitão? – perguntou James ao colega.
– James? O que… mas… O Capitão Vort foi atrás de você. Ele achou que você havia lhe desobedecido. Assim que ele ouviu esse tremor, achou que você havia feito algo.
– Ah… claro… não se preocupe, creio que ele não vá muito longe.
– Não brinque com o capitão, James. Ele não está nada contente com o seu desempenho nessa missão. Para ele você não passa de uma coceira da qual ele precisa se livrar.
– Relaxa Josh. Vou atrás dele – disse James – vou buscar meu traje. Não demorarei.
E sem hesitar, correu para buscar seu traje no andar de cima. No caminho encontrou Derum, já trajado.
– Vamos ter de sair? – perguntou.
– Não Derum, Josh está lá em baixo e está tudo bem. Não vai precisar desse traje.
– E o capitão? – perguntou Derum. Era claro o medo em suas palavras – Onde ele está?
– Ocupado. Ele precisa de minha ajuda. Já retorno.
E prosseguiu no corredor até o Centro de Comando de onde trajou o uniforme espacial e retornou até a sala na entrada da nave.
– Não seria mais fácil chamá-lo pelo comando de voz? – perguntou Derum ao lado de Josh, ambos pareciam preocupados.
– Já tentei, mas não está funcionando. O Capitão tentou também com você James, mas também não funcionou.
– Certo então – e colocou sua bolsa ás costas – Caso ele voltar, me chamem pelo comando de voz.
Derum e Josh assentiram e James caminhou até a porta de trava, de onde passou e ficou no vão pelo qual entraram na nave. Após alguns segundos, a segunda porta se abriu e ele se encontrava agora fora da nave, novamente naquele planeta desértico.
James não podia recuar. Embora tivesse de procurar seu capitão, ele estava novamente do lado de fora. Não desperdiçaria essa oportunidade. Iria aproveitar ao máximo para fotografar o ambiente. De sua bolsa, retirou o pequeno gravador e recordou o ambiente.
– Não sei direito se devo… devo sim!
E então caminhou pelo planeta. A gravidade era muito semelhante a de seu planeta de origem, por isso era fácil de se acostumar. Porém ele podia ver claramente o ar gélido ao seu redor.
– Acabei de sair da nave. Estou seguindo reto, para a frente – disse James utilizando o comando de voz para avisar aos seus colegas.
– Certo… estamos verificando no radar – respondeu a voz de Josh – Não há movimentação próxima.
– Ótimo – disse James – estou…
E antes que pudesse terminar, ele despencou. O chão abaixo de si desabou e ele caiu quatro metros até o fundo. Estava no fundo de um pequeno abismo cavernoso.
– James? James? O que houve? – perguntou Josh.
– Ah… nada. Receio que eu só esteja com uma pequena falta de sorte. Eu caí.
– Caiu? – perguntou a voz de Josh.
– Sim. Só caí. Estou em uma espécie de caverna e… santo Deus.
– O quê? O que foi? O que você viu? – perguntou Josh ansioso.
– Eu vejo… vida – disse James enquanto passava sua mão pelo que acabava de ver. Através do buraco pelo qual caíra, a luz que entrava iluminava a parede da caverna. Duas figuras completamente distintas pareciam ter sido desenhadas ali mesmo. Sem hesitar, James fotografou as marcas diversas vezes e de diversos ângulos.
– Vida? – perguntou finalmente Josh – você… quer dizer… está diante de algum Alien?
– Não exatamente. Mas creio que esse seja um grande avanço para nossa ciência. Não estamos a sós amigo. E parece… que eles estão mais próximos do que imaginamos. Você pode vir aqui. Por apenas um minuto, só para que você pudesse ver com seus próprios olhos que não estou mentindo.
Era realmente o que ele procurava. Ele, Josh e o Capitão Vort foram os primeiros a pisarem naquele planeta, mas ele, somente ele foi quem descobriu as primeiras pistas de que Ceres não é o único planeta habitado por vida inteligente. Pelo menos aquelas marcas não pareciam simplesmente erosão da terra ou algo parecido. Eram complexas demais.
– Alguém vai vir? – perguntou James.
Se eles viessem, poderiam comprovar que James estava certo, e quanto mais testemunhas, melhor.
– Josh? Você não percebe que descobrimos algo capaz de melhorar ainda mais a nossa vida? Não tenha medo cara… venha aqui por apenas alguns minutos – porém não obteve respostas – Josh? Está ouvindo? Josh? Derum?
Algo estava errado. James verificou o comando de voz, mas este funcionava normalmente. O que estava errado?
– Eu estou voltando então. Já que vocês não querem vir.
Foi quando James pisou em algo. Parecia macio. Macio até demais. Quando virou seu olhar para ver do que se tratava o algo macio, o espanto foi tamanho, que não ousou nem sequer ajudá-lo. Ele havia visto o Capitão Vort, ali caído, sua roupa rasgada e seu sangue esparramado por todo o chão.
– Não… – falou em desespero, tentando escalar o abismo pelo qual caíra. Ele tinha de sair dali, estava em perigo, o que havia acontecido com o capitão? Por que ninguém lhe respondia da nave?
Quando conseguiu alcançar a superfície, correu o mais rápido que pôde na direção da nave, mas se deparou com algo que não esperava. Acima dele, havia algo planando. Era enorme e cinzento. Sem duvidas, aquilo era uma nave espacial, porém diferente do que tudo que já havia visto antes. Era uma espécie de tubo com uma esfera muito brilhante na ponta da qual uma forte geada saía.
E abaixo da nave, exatamente bem no meio dela, estava a nave da qual James e os outros alcançaram aquele planeta. Sim, eles definitivamente não estavam sós. James pegou o gravador e capturou aquele momento único.
– Eu tenho a resposta para a maior das perguntas já feitas pelo homem… – sussurrou ao gravador – e ela está na minha frente agora – Se um dia, alguém me perguntar… eu poderei responder que não. Não estamos sós.
E ao mesmo tempo em que um sorriso lhe vinha aos lábios, o medo do que aquelas criaturas fariam com ele, lhe subia ao cérebro.
O que ele faria naquele momento? E sua reação foi a pior de todas: ele correu na direção de sua nave espacial. Ele tinha de saber o que havia acontecido com Josh e Derum.
Quando passou pelas duas portas, foi recebido por um golpe na cabeça, que lhe deixou completamente atônito. O capacete espacial havia quebrado com a pancada.
– Mas que… – disse, caindo ao chão, a cabeça sangrando.
– Ah… James… por favor, me perdoe… senhor… eu não queria fazer isso… desculpa, eu…
– Derum? O que houve? – perguntou James se levantando e vendo James com um ferro na mão e Josh ali perto caído ao chão, sangrando, provavelmente morto ou inconsciente.
– Eu não sei… – respondeu Derum quase choramingando – estou morrendo de medo. Tem criaturas aqui. De outro planeta… eles atiraram de lá de fora, acertaram Josh, ele… ele não acorda… estou… eu…
– Calma amigo! – disse James abraçando-lhe enquanto este chorava muito.
O barulho era extremo, a nave acima deles, emitia um som super grave.
Então a porta de saída da nave se abriu.
– Temos companhia Derum. Haja naturalmente e não entre em pânico.
E com um sorrisinho, removeu o capacete e atirou-o ao chão.
– Vamos lá – disse – vamos ver qual raça é mais inteligente.


Biografia:
Número de vezes que este texto foi lido: 52812


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Órbita Oráculo 2 Guyoshi
Poesias Órbita Oráculo 1 Guyoshi


Publicações de número 1 até 2 de um total de 2.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68995 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57910 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56745 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55820 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55076 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 55010 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54886 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54872 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54776 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54737 Visitas

Páginas: Próxima Última