Genialidade Óbvia
A humanidade assistiu à passagem de inúmeros fenômenos humanos, alguns ilustres desconhecidos, como o jovem francês Evariste Galois, autor de um sistema de resolução de equações que só foi utilizado duzentos anos depois, com o advento do computador. Morreu aos vinte anos. Outros, tão iluminados que a própria história se ofuscou com sua presença: Galileu Galilei, Mozart, Da Vinci, Edgar Allan Poe e Van Gogh.
Destes, seleciono três como representantes dos outros. Todos com um problema em comum: a solidão.
Galileu, gênio matemático, passou a vida tentando o suicídio. A cada tentativa, uma observação do funcionamento da natureza o fazia postergar o ato.
Poe, gênio pensador, morreu aos quarenta e quatro anos do pior tipo de suicídio que se possa imaginar: alcoolismo. Sozinho.
Van Gogh, gênio visual, conseguiu modificar a maneira como vemos o mundo. Morreu como os outros, da própria solidão. Tão adiante no tempo que os medíocres contemporâneos o viam como um louco.
Apenas por estes três exemplos podemos concluir que Deus periodicamente nos envia seus filhos mais iluminados para que nos alumiem com seu brilho o caminho a frente; esses lúmens vivos são seres de pura doação. Não esperam nada em troca, não buscam riqueza nem reconhecimento. Apenas produzem.
Como não poderia deixar de ser, estão tão adiantados mental e espiritualmente que sempre se encontram solitários, mesmo em meio às multidões. Imagine Galileu assistindo uma partida de futebol entre Corínthians e Flamengo em um Maracanã lotado. Ou Van Gogh nas arquibancadas do desfile das Escolas de Samba em pleno Carnaval. Ou Mozart no salão de um baile funk...
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