Cristais
Martelos que soam nestes cristais.
Sons que permeiam por estas cidades de cores
desbotas.
As cores do arco-íris também estão desbotadas.
E as poesias estão acesas diante dessas cores
apagadas.
Linhas de vidro
Essas linhas de vidro
cortam este verão.
E o sangue jorra fresco
no asfalto quente do meio-dia.
Linhas de vidro cortam esta cidade,
cortam, cortam, cortam
Meu coração de paixão e sangue
.
“ O tempo e o sino sepultaram o dia”
T.S Eliot
Quiçá
A flor caiu,
Estava tão cheia de vida,
não havia murchado...
Mas caiu triste e sozinha.
Ou quem sabe sozinha e triste.
Por mais estranho que pareça,
ela poderia estar feliz e acompanhada,
ou acompanhada e feliz...
Seja como for,
estava caída...
Onde estás?
Não quero a poesia
sem cor,
sem brilho,
sem musicalidade,
sem doçura,
sem a inocência infantil,
sem a beleza das flores,
sem a limpidez da água,
sem o beijo dos apaixonados...
Quero a poesia da alma,
quero a poesia da beleza,
quero a poesia da própria poesia,
quero a poesia da onda do mar,
quero tantas poesias que
não sei qual eu quero mais.
Mas sei que as quero...
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