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Texto selecionado
Lâmpada Noturna |
Luiz Paulo Santana |
Resumo: Às vezes eu comparo a feitura de um poema (e sua fruição) com a feitura de um quadro ou escultura. As palavras (as imagens ou a matéria bruta) vão aos poucos sugerindo algo, e um processo bilateral se instala. Esse poema, por exemplo, integra três partes que, numa página, eu garatujei em navegação hipnótica, sem pretensão, em meio a rabiscos e riscos. Dias depois, percebi que soavam uma unidade. |
Lâmpada Noturna
O bar, luz e sombra
no deserto,
ficava em frente,
e entre ele e minha casa,
um corredor vário,
de calçada, rua, poste
e luz.
Ora no bar,
ora em casa,
mergulhado na varanda,
no vértice da perspectiva:
o bar
no fim do corredor.
Meu pai
sabia (eu sei) que fora
bebia
sempre a visão da lâmpada
noturna
circulada de insetos,
e sob a chuva
iluminada,
imune.
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Biografia: Brasileiro, casado, economista, cursou quatro períodos de Letras/UFMG, poesia desde os 16 anos, prosa de dez anos para cá, leitor constante, estudioso da narrativa em busca de seu estilo, de sua linguagem. |
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Publicações de número 1 até 7 de um total de 7.
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