Palpitação. Suspiro.
Repetição. Sempre é você, sempre vem você. Vire logo neurose para eu poder me tratar por fora.
Tempo. Por que você tem passado tão rápido? Não me venha dizer que é a repetição!
Repetição. A vida vem, passado. Hoje como ontem, tenho algo que vem e não me lembro, e infelizmente dias diferentes desses outros, me lembro. Mas não é só lembrar, lembrar é gratuito.
Jardim. Depende de mais belo o que for belo, pra você ou para outro, qual é o seu Céu? O céu é belo pra você? Ou o que é belo é um jardim no céu? O céu é gratuito.
O jardim também.
Lua. Olhava pra você, mas não te amava. Você! Que alguns dizem que é a amante dos apaixonados! Nem foi a minha, só olhava para você pois tinha que olhar, mesmo assim...
Tortura de amor. Mesmo assim houve a tortura de amor. Todo dia a Lua me olhava, ficava a espreita na minha janela, e eu, eu sabia que ela estava lá. Mas eu só estava a te esperar, pensar, sonhar ( ô rapaz apaixonado). Você! Você sim poderia ser minha repetição. Era ( só nas terças e quintas que não, saio pra beber ). Você sim faria meu tempo - e o que não é mais belo do que um tempo contínuo em um jardim com você?
Lua. Você na espreita, você com seu luar que um dia me pegou pelas costas, me chamou, já sabia meu nome porque meu amor já era conhecido por alguns e duvidoso pelo meu único amor. Todos que me chamavam pelo nome não acreditavam. Claro. E nisso se aproveitou, me fechou num dia de lua cheia.
Relutância tranqüila. Aquele banco do fechamento com seu luar amarelado ou alaranjado? Não minto, quero ver quem diga o contrário duma lua cheia, o que é gratuito?
Fechamento: início com e sem você da palavra que não tem sentido.
- Vi você com o Luar nas suas costas!
- Luar é o nome duma cerveja.
(saiu correndo pelo jardim amarelado, alaranjado) – Aonde vai? ( suave grito )
(parou) – o que foi?
- Você com a Lua... está me traindo. ( suave tapa na cara ).
Como pode ver até hoje está aqui e para quê continuar? Sobre você, foi você? Olhou para o quê? Para o chão, para a resposta e sem saber o que dizer. Cobra-se ações e mais das que já foram expostas. Pobre amante do amor. Hoje ao menos pode beber sem relutar, mas está a pensar e ao pensar, reluta por se culpar.
Lua: Até aonde vai? Vou beber.
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"quando morrer ainda terá liberdade."
( Sartre )
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