Boa noite inspiração, por favor, poupe-me essa sua cara de espanto você sabe que todas as coisas que escrevi foram sobre você, mas nenhuma delas me fez sentir melhor. Falar sobre os seus erros, citar um a um os seus defeitos não me ajudam em nada a te esquecer. Essa foi apenas uma das milhões de decisões erradas que eu tomei sobre nós dois, tentar apagar o que aconteceu pensando em suas falhas, esquecendo que todas as vezes que eu parei pra relembrar suas mancadas, eu relembrei também de você. É mais difícil admitir a mim mesma que eu fico horas mentalizando o que você pode esta fazendo, ai do outro lado do país, do que a qualquer outra pessoa, e no final bem ou mal eu acabo sempre falando sobre você. Afinal, se eu estivesse tão bem quanto eu demonstro estar quando dou gargalhadas sobre alguma idiotice que tenha feito, eu não estaria rindo de você, vamos ser sinceros, eu estaria falando sobre alguma novidade, alguma outra pessoa, daquelas que valem a pena se falar, que estão perto e que gostam da minha companhia. Lá vou eu, novamente atacando você, é involuntário, se eu penso no que houve eu penso em sua infantilidade e falta de consideração, mas essa é uma forma de te amar em silêncio, falando coisas ruins porque você já não me quer perto pra que eu diga coisas boas em seu ouvido. E é assim que eu vou seguindo inspiração, escrevendo sobre eu e você, bem ou mal, atacando ou admitindo que sinto sua falta, mas é sempre sobre nós, sempre sobre seus defeitos e sobre como me magoava, ou como hoje eu preciso ouvir sua voz. Talvez essa seja só uma forma de desabafar o que você se negou a ouvir, ou talvez esse seja só o meu jeito de te deixar informado... Enquanto eu escrever, eu continuo pensando, e enquanto eu parar para pensar, bem, ai você sabe, continuo amando.
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