PROJETO DE PESQUISA A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE GLOBAL
1 INTRODUÇÃO
A sociedade global caracteriza-se por mudanças profundas, como no para-digma da produção em massa, da produção “enxuta”, dos fatores de produção que terão um papel secundário e outras, afetando a maneira como atuamos e pensa-mos.
A passagem para a sociedade do conhecimento e, portanto, seus processos de aquisição assumirão papel de destaque, e requerem o repensar dos processos educacionais, principalmente no que se refere a formação de profissionais como também, nos processos de aprendizagem.
Como a educação passa pelas mesmas transformações que outros segmen-tos da sociedade passam, ela deverá operar segundo esse novo paradigma, ou se-ja, a educação não pode ser mais baseada em um fazer descompromissado, de realizar tarefas e chegar a um resultado, “mas do fazer que leva ao compreender, segundo a visão piagetiana”. (VALENTE, 1999, p. 31).
2 ÁREA DE PESQUISA
Entre as inumeráveis mudanças que a globalização está proporcionando à sociedade, a educação é uma das áreas que mais está se modificando, passando do ensino tradicional cuja educação era baseada na transmissão da informação, na instrução, para a criação de ambientes de aprendizagem nos quais o aluno reali-za atividades e constrói o seu conhecimento. Desse modo, no estudo a ser realiza-do, será dado ênfase as alterações na escola, sua organização, na sala de aula, no papel do professor e dos alunos e na relação com o conhecimento. Dentre as mu-danças na escola está a tarefa que se constitui hoje, um dos maiores desafios edu-cacionais, ou seja, a implantação de novas idéias depende das ações do professor e dos seus alunos, que devem ser acompanhadas de uma maior autonomia para tomar decisões, alterar o currículo, desenvolver propostas de trabalho em equipe e usar novas tecnologias da informação.
3. TEMA GERAL
A EDUCAÇÃO
4 TEMA ESPECÍFICO
A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE GLOBAL
5 JUSTIFICATIVA
Na Sociedade Global ou do Conhecimento, os processos de aquisição do conhecimento tendem a exigir um “profissional criativo, crítico, com capacidade de pensar, de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de se conhecer como indi-víduo”. (DRUCKER, 1993, p. 35). Este profissional precisa ter uma conhecimento amplo da humanidade, considerando-os numa totalidade.
Neste enfoque, o papel da Educação é formar esse profissional, não se limi-tando somente a instrução que o professor passa ao aluno, mas no desenvolvimen-to de novas competências, como: capacidade de inovar, adaptabilidade ao novo, criatividade, autonomia, comunicação.
O cotidiano de alunos e professores atualmente, está saturado de informa-ção e tecnologia, com impactos na educação, “que vão desde o aumento de dispo-nibilidade da informação, aprendizagem sobre tecnologia que precisa ser integrada ao currículo, até o aprender a desenvolver novas habilidades metacognitivas com o uso das tecnologias”. (MERCADO, 1999, p. 35)
A formação educacional passa assim, a utilizar ambientes apropriados para aprendizagem, ricos em recursos para experiências variadas, no qual o ensino com as novas tecnologias ocorre viabilizando trocas entre o aluno (sujeito da aprendiza-gem) e a tecnologia, através das quais se tornem evidentes as possibilidades de as-similação e acomodação dos conteúdos veiculados.
A educação passa ocupar o centro das preocupações e a aprendizagem ganha novo significado, longe da simples aquisição de conhecimentos, mas num sentido novo, ou seja, passa a ser concebida como um processo de apropriação individual em que o educando vai buscar essas informações, sabendo selecioná-las de acordo com suas próprias necessidades de conhecimento.
No que se refere aos professores, são necessárias mudanças profundas na forma de conceber o trabalho docente, na nova sociedade, na qual o professor pre-cisa rever de modo crítico seu papel de parceiro, interlocutor, orientador do educan-do na busca de suas aprendizagens. Neste sentido, ele e o aprendiz estudam, pes-quisam, debatem, discutem, constróem e chegam a produzir conhecimento, desen-volver habilidades e atitude, tornando o espaço aula num ambiente em que é preci-so integrar as novas tecnologias na sua prática pedagógica e ser capaz de superar os entraves administrativos e pedagógicos, possibilitando a transição de um siste-ma fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo.
Quanto aos currículos é importante incluir neles, atividades que permitam a aprendizagem de conteúdos significativos, no sentido de melhoria da teoria e prática do ensino e aprendizagem.
6 PROBLEMA
A revolução tecnológica que afeta o conhecimento, aponta para mudanças necessárias no processo educativo, na produção e socialização do conhecimento e na formação do professor.
Assim, a questão que se coloca é: “Como as mudanças que estão aconte-cendo na sociedade global deverão afetar a Educação e quais serão suas implica-ções pedagógicas?”
7 OBJETIVO GERAL
- Analisar as mudanças tecnológicas na Educação e suas influências peda-gógicas.
8 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Analisar o impacto da utilização das novas tecnologias na educação.
b) Avaliar o a reformas curriculares necessárias.
c) Analisar o preparo do professor diante das novas tecnologias.
9 PROCEDIMENTOS
Para o trabalho a ser desenvolvido, será adotado o método bibliográfico com o estudo sistematizado desenvolvido em material publicado em livros, revistas, jor-nais, redes eletrônicas e todo o material acessível ao público em geral.
Para a localização das informações bibliográficas será utilizada a Leitura Interpretativa, onde se estabelederá relações, confronto de idéias ou confirmação de opiniões.
Após as informações coletadas, proceder-se-á ao fichamento das maté-rias, utilizando-se para isso dos seguintes critérios:
a) Exatidão - objetividade quanto ao conteúdo das informações coleta-das;
b) Utilidade - é saber distinguir o útil do supérfluo, ou seja, coletar as in-formações que são necessárias em detrimento das outras;
c) Integridade - não poderá ficar nenhuma informação útil ao trabalho.
Esse material será submetido à análise para seleção do que realmente vai ser aproveitado no trabalho. Nessa fase, procura-se confrontar os dados colhidos em diversos autores, analisando os pontos de vista convergentes ou divergentes, para escolher o que mais se adapta aos objetivos da pesquisa planejada.
Após coletadas as informações será realizado um resumo analítico das mesmas, sendo que anteriormente será feito uma leitura integral dos textos, resssal-tando as idéias principais de cada capítulo.
O planejamento do trabalho será efetuado por partes: o que deverá constar da introdução, quais serão os tópicos abordados, quais as anotações que serão uti-lizadas. O plano do desenvolvimento será ser mais específico, esclarecendo em quantas partes será dividido e quais as idéias que se fundamentará a argumenta-ção. A conclusão, ao final do trabalho, permitirá conhecer todo o resultado da pes-quisa.
10 RECURSOS
Os recursos previstos para a pesquisa serão:
Objetivos Procedimentos Recursos
a) Analisar o impacto da utilização das novas tecnologias na educação.
Pesquisa bibliográfica. 5 livros e internet
b) Avaliar o perfil a-tual da educação
Pesquisa bibliográfica. 3 livros, revistas, periódi-cos, PCNS nacionais, jor-nais, internet.
c) Analisar o preparo do professor diante das novas tecnologias. Pesquisa bibliográfica, es-tudo de caso. Jornais, revistas, periódi-cos, internet, coleta de dados junto a professores.
11 REFERENCIAL TEÓRICO
O fenômeno da globalização, muda o espaço-mundo e tem como chefe a empresa, como chave a relação de interdependência e como veículo e sustento a trama tecnológica da comunicação. No processo de globalização, o mercado é que regula as relações entre os povos, as nações e as culturas, que coloca os modelos de comunicação e dinamiza as redes. Todo esse processo não seria possível se não houvesse a expansão das telecomunicações e os grandes sistemas de proces-samento, armazenamento e transmissão de informações, como a Internet, por e-xemplo.
Na área da educação, a globalização cria uma perspectiva contrária à cen-tralização das disciplinas curriculares, trazendo a dificuldade de acomodação no a-tual currículo, baseado em disciplinas e nas estruturas departamentais que se de-senvolvem ao seu redor.
A globalização no entanto, não atinge somente os currículos, mas as rela-ções entre alunos e professores, a relação da escola com o meio social, os espaços de construção do conhecimento. O uso de CD-ROMs, acesso a redes ou mesmo de um videograma, por exemplo, são atividades de consulta, de busca de conhecimen-tos em fontes diversas, e se assemelham à consulta bibliográfica a livros, enciclopé-dias, documentos e outros.
O acesso a Internet e o uso de programas interativos na educação, trazem para o aluno e professores, a interpretação e a manipulação de informações de mo-do “fácil” e amplo, podendo contribuir muito para a formação científica global de a-prendentes.
A educação nesse contexto global, passará a ser universalizada, ou seja, uma conquista das sociedades mais avançadas e a formação para uma profissão não será mais suficiente para atender às exigências do mercado de trabalho da so-ciedade futura. A formação profissional deverá ser constante para atender ao mer-cado do trabalho. Neste sentido, VALENTE (1999, p. 35), afirma: “A Educação é um serviço e, como tal, sofre e se adequa às concepções paradigmáticas que vive a so-ciedade. Portanto, ela passa pelas mesmas transformações que outros segmentos da sociedade passam”.
E a educação brasileira? A utilização das novas tecnologias aponta para mudanças necessárias no processo educativo atingindo muitos fatores como: o cur-rículo da escola, o projeto político-pedagógico, a participação dos pais e da comuni-dade no processo pedagógico, a articulação da escola com a sociedade, a utilização das novas tecnologias na educação, pela formação dos professores.
Segundo NISKIER (1993, p. 101), no Brasil, com os graves problemas que atravessamos na área de educação, a utilização de novas tecnologias como o computador, surge como uma grande esperança. Temos 26 milhões de analfabetos, 7 milhões de crianças dos sete aos quatorze anos fora da esco-la, um aprendizado de língua deficiente e um ensino profissionalizante abai-xo da crítica. O computador pode ajudar a resolver essas distorções, a mé-dio e longo prazos.
No Brasil, as políticas públicas decisivas de investimento em educação, ain-da são insuficientes, devido à restrição dos recursos públicos consagrados à educa-ção superior e à pesquisa científica, contrariando a tendência social de crescimento significativo da demanda de ensino superior. No Brasil, a prioridade é o ensino bási-co, cujos índices são ainda negativos e as universidades públicas vivem uma crise sem precedentes em sua história.
Numa referência ao espaço da escola como ambiente educativo, pode-se prever que na escola do conhecimento, “a escola pode se tornar o espaço onde os alunos e especialistas se encontram para esclarecer e digerir, refletir e depurar suas idéias. Deverá ser o espaço da nossa sociedade, no qual a informação adquirida das mais diferentes formas, meios e locais, poderá ser convertida em conhecimen-to”. (VALENTE, 1999, p. 42).
O currículo também sofrerá mudanças, ou seja, deverá ser contextualizado, tendo em vista à realidade da pessoa ou do local em que o mesmo vai ser utilizado ou produzido. Assim, o currículo precisará ser construído pelo professor com os alu-nos e servir de norteador para as tarefas realizadas.
O papel do professor será de facilitador, supervisor, consultor do aluno quando este tiver problemas, ou seja, o professor deverá conhecer os seus alunos, incentivando a reflexão e a crítica e permitindo que eles passem a identificar os pró-prios problemas na sua formação, além de ser o incentivador e mantenedor do inte-resse dos alunos. Assim, a preparação do professor deve ser preparado para incitar seus educandos a:
- “aprender a aprender”;
- ter autonomia para selecionar as informações pertinentes à sua ação;
- refletir sobre uma situação-problema e escolher a alternativa adequada de atuação para resolvê-la;
- refletir sobre os resultados obtidos e depurar seus procedimentos, reformu-lando suas ações;
- buscar compreender os conceitos envolvidos ou levantar e testar outras hipóteses. (PROINFO, 2000, p. 110).
O papel do aluno, por sua vez, deverá ser ativo: partindo para resolver pro-blemas e de assuntos para pesquisar, no sentido de aprimorar suas idéias e ações, para que possa sobreviver na sociedade do conhecimento.
Quanto a informática: “deverá ser uma ferramenta para permitir a comunica-ção de profissionais da escola e consultores ou pesquisadores externos, permitindo a presença virtual desse sistema de suporte na escola. Segundo, a informática po-derá ser usada para apoiar a realização de uma pedagogia que proporcione a for-mação dos alunos, possibilitando o desenvolvimento de habilidades que serão fun-damentais na sociedade do conhecimento”. (VALENTE, 1999, p. 46).
Outrossim, tem-se a observar que para a educação da sociedade global, não poderá ficar restrita somente à escola ou ao professor, deverá ser ampla, atin-gindo todos os setores da sociedade. “E para isso, os pais terão que conhecer pri-meiro, sobre o que significa aprender na sociedade enxuta e como eles podem es-timular e contribuir para a aprendizagem dos filhos”. (VALENTE, 1999, p. 45).
O acompanhamento dessas mudanças deverá ser feito pelos especialistas externos, ou seja, pelos profissionais experientes que poderão dar todo o apoio quando necessário.
É importante salientar também, que o papel das novas tecnologias não se restringe somente a inclusão da informática na escola. “Essa mudança é muito mais complicada e os desafios são enormes. Porém, se eles não forem atacados com todos os recursos e energia que nós, educadores, dispomos, corremos o risco de termos que nos contentar em trabalhar em um ambiente obsoleto e em descom-passo com a sociedade atual.”(VALENTE, 1999, p. 46).
É preciso lembrar também, que as novas tecnologias estão aí para auxiliar a educar o ser humano, de forma a construir um homem religado na construção de uma construção da cultura de soliedariedade. FREIRE (1999, p. 21), assim se refe-re:
Se a educação sozinha não transforma a sociedade sem ela tampouco a sociedade muda.
Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho senão vi-ver plenamente a nossa opção. Encarná-la diminuindo assim a distância en-tre o que dizemos e o que fazemos. (Últimas linhas escritas pelo educador Paulo Freire antes de sua morte).
Concluindo: As novas tecnologias podem contribuir satisfatoriamente para a educação no sentido de preparar o indivíduo para a sociedade global desde que se busquem considerar o ser humano na sua inteireza, útil para a transformação da so-ciedade em direção à cultura de solidariedade. A ação da escola, dos professores, alunos e toda a parafernália tecnológica, devem servir para a construção de uma sociedade mais plenamente humana, partindo do treinamento adequado ao aluno, que precisa aprender a trabalhar com os recursos tecnológicos, colocando-os a ser-viço da construção do modelo de ser humano e de sociedade definidos pelo coletivo da escola.
12 FONTES
BELONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas, SP: Autores Associados, 1999.
FREIRE, Paulo in SANTOS Neto, Elydio. Revista Educação e Linguagem, jul. 1999.
Http:/www.alpha,tkm.mb.ca/educ.
Http:www.education-world ca.
Http:/paston.co/ub.supreme/edu
LUCENA, Carlos. Professores e aprendizes na Web: a educação na era da In-ternet. Rio de Janeiro: Clube do Futuro, 2000.
MERCADO, Luiz Paulo Leopoldo. Formação continuada de professores e novas tecnologias. Maceió: EDUFAL, 1999.
NISKIER, Arnaldo. Tecnologia educacional: uma visão política. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
PROINFO: Informática e formação de professores/Secretaria de Educação a Dis-tância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000.
SANCHO, Juana M. (org.). São Paulo: ARTMED, 1998.
SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica. Rio de Janeiro: DP&A editora, 1999.
VALENTE, José Armando. Computadores e conhecimento: repensando a edu-cação. Campinas, SP: UNICAMP/NIED, 1999.
____________________. O computador na sociedade do conhecimento. Cam-pinas, SP: UNICAM/NIED, 1999.
13 CRONOGRAMA
Atividade Datas
- Coleta de dados setembro
- Redação outubro
- Apresentação gráfica novembro
- Entrega Dezembro
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