O VAGALUME SEM LUZ
Amadeu era um vagalume que não acendia as luzes quando andava a noite. Seu problema de falta de eletricidade acontecia desde a sua infância. Consultou vários médicos, videntes, horóscopos, bruxas e outros leitores de mãos, de pés, de bolhas de café, etc. etc. e NADA. Percorria grandes distâncias à noite pensando que iria resolver alguma coisa. Um dia resolveu se mudar para uma hidrelétrica. Pensava que assim iria conseguir acender as luzes. Muito inteligente, percorreu todas as dependências da empresa, pensando que acharia alguma forma de “ligar” sua luz. Só encontrou água, água e máquinas trabalhando. Saiu da hidrelétrica e foi morar dentro na boca de um canhão, mas também nada resolveu. Numa festa de São João resolveu ficar dentro da fogueira, mas brrr.., que quente!, não aconteceu nada. Sua luta continuava, fez meditações, cursos de artes esotéricas, etc. etc.
Cansado de tanto procurar, resolveu se aquietar. Pensou: porque não assumo minhas deficiências? Que tarefa árdua! Mas, de repente ele se aceitou. Se não tinha luz, era diferente. Jamais seria infeliz por isso. Tinha muito mais sabedoria que os outros da sua espécie. Resolveu ser um canal de luz, ou seja, um sábio que espalha a luz através de seus conhecimentos. Num instante fez muitos seres felizes. Assim, são os homem, são sábios, têm luz, mas procuram longe os bens cuja fonte em si trazem.
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