Ficaram na lembrança caminhos que percorri através das cores do sol ao amanhecer e ao entardecer.
Lindos caminhos foram percorridos para alfabetizar crianças na zona rural.
Nas bucólicas estradas de terra, em fusca ou montada em animal, passava pelo cafezal, atravessava o canavial, sempre aos reflexos do sol.
Cenas na memória da minha história, as recordo como a um filme.. .Os reflexos dourados riscando os caminhos dando-lhes brilho, sombra e luz na terra, em todos os ângulos formando “telas”.
No final das paisagens... além das crianças com lindas flores do campo a me esperar, avistava também a capela lá no alto em demonstração de fé, o casarão com ramagens nas paredes, os bóias frias no terreiro de café e animais em lindas pastagens formando paisagens!
Pinguela pencil tinha que atravessar com águas transparentes, transbordantes.
Nesses caminhos muitos carinhos recebi, outros tantos ofereci com lindas lições ensinadas.
A contemplação de tanto mistério devo ao magistério.
Durante o dia ensinava, á noite me especializava e em pedagoga me formava.
Ao entardecer na rodovia para a faculdade, avistava a claridade do crepuscular lá longe no horizonte.
Descrever o amanhecer e o entardecer nos caminhos que percorri é como tentar pinta-los em tela.por mais inspirado e talentoso o artista chega perto do eu. Não de Deus.
Crepúsculo, reflexos do sol pintando o céu, que após ter dado tanto calor a terra, vai saindo majestoso deixando rastros de brilho e beleza em misturas de cores impressionantes
Eram o que meus olhos, na minha mocidade, cheios de esperanças, contemplavam nos caminhos que percorria em Bauru, Presidente Alves, Marília, nas fazendas Jacutinga e Flor da Noroeste.
Ontem realidade, hoje... saudades.
Agora longe, em outro horizonte, nas minhas caminhadas ao entardecer, são dois os crepusculares:
O sol com sua eterna magia e eu ao imaginar quantas luzes e brilhos proporcionei aos olhos dos quais alfabetizei.
DALVA SAUDO
11/05/05
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