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VIVENDO E APRENDENDO
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Nourmirio Bittencourt Tesseroli Filho

Certa vez, num determinado Curso, durante uma aula de Direito Constitucional, eu disse aos meus alunos que os servidores públicos estatutários, concursados, podem alcançar a tão sonhada 'estabilidade'.


De súbito, uma aluna interrompeu-me:



- Professor, essa tal “estabilidade” é a que todos comentam por aí, que traz segurança, garantia, sossego etc.


- Exatamente! Por aí... – respondi, convicto.



Terminada a aula, sem rodeios, dirigi-me rapidamente à sala dos professores. Precisava tomar um cafezinho às pressas, caso contrário, o “segundo tempo” seria infrutífero. Lembro-me que naquele dia minhas pálpebras tremiam devido ao cansaço excessivo. Estava esgotado em razão do número de aulas que havia ministrado ao longo da semana.


Não demorou muito, uma aluna chamou-me à porta. Confesso que, de pronto, disse-lhe que aquele não era o momento oportuno para dirimir suas dúvidas.


O desapontamento foi tamanho. Ficou nítido na fisionomia da estudante. “Desculpa, professor”, disse-me, cabisbaixa.


Não deu cinco minutos, eu fui procurá-la (não podia permitir que os meus problemas e o meu cansaço se tornassem um “problema” futuro para ela).



- Qual a sua dúvida? – perguntei.


Ela sorriu timidamente.


- Bobagem, professor. Não é nada, não. O senhor está cansado... Aposto que nem “se tocou” quem eu sou?


De fato, eu não lembrava de sua fisionomia.


- Sou a aluna que há pouco fez um comentário em sala sobre a tal ‘estabilidade’.


O cansaço demasiado havia dado um “nó” na minha memória.


- Ah, sim... – mencionei um pouco sem graça – Mas qual é a dúvida, afinal?


- Não tenho dúvida não, professor. Só queria fazer um comentário a respeito. Mas eu lhe mando por e-mail! Aproveite o seu intervalo. Desculpa mais uma vez.



Saí dali despreocupado (havia me redimido).


No dia seguinte, ao acessar minha caixa postal, deparei-me com a seguinte mensagem:


“Prof. Nourmirio. Às vezes lembro do meu falecido pai sempre me incentivando a prestar um concurso público. Não tenho dúvida, ele só queria o meu bem. Mas eu queria ser médica, e não apenas uma simples funcionária do Estado. O curso de Medicina é caríssimo, o que me levou, na época, a prestar um concurso, nível técnico. Passei! Os anos se passaram e eu alcancei a tão cobiçada estabilidade. Entretanto, os anos seguintes foram só de choros e lamentações. Aquele trabalho mecânico não era para mim. Deprimi-me... Eu queria olhar nos olhos das pessoas e dizer: você está curado (a). Resumindo: após uma internação por ingestão excessiva de antidepressivos, tomei uma atitude radical – pedi exoneração. Enfim, professor, “estabilidade não é sinônimo de felicidade”, tampouco de garantia, segurança e sossego (...). Desculpa discordar do senhor nesse ponto”.



Caro leitor, esse é o verdadeiro processo de escolha!


Muitas vezes, infelizmente, precisamos estar na lama (pra não dizer outra coisa) para que tomemos uma atitude radical; para que, finalmente, tomemos uma atitude “agora ou nunca”.


Lembre-se: “antes tarde do que nunca”. O importante é ter consciência da situação momentânea e procurar SEMPRE o melhor para si – custe o que custar.


“Quem decide, pode errar; quem não decide, já errou”.


Erros e acertos fazem parte do nosso cotidiano! A vida é curta, pelo amor de Deus!


Na aula seguinte procurei a tal aluna (a ansiedade era tamanha).



- E então, professor. Leu o meu e-mail? – perguntou-me.


- Interessante a sua frase “estabilidade não é sinônimo de felicidade”. Mas confesso que fiquei curioso... Largou tudo!? Com que trabalha hoje?


- O senhor não vai acreditar...


Eu sorri.


- Estou curioso...


- Sou médica, professor – ela disse-me com os olhos marejados.


Corei-me. Senti-me constrangido, confesso.


Caríssimo leitor, não importa se você será ovacionado ou vaiado no cenário na vida. O importante é lutar pelos seus sonhos - e ter muito orgulho disso.




"Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa, dia após dia, e esperar resultados diferentes!" (Albert Einstein).


Você pode estar se perguntando: “Ué, mas se ela se sente, hoje, realizada como médica, por que freqüentar um Curso Preparatório, visando a um concurso público?”. “Por que está cursando Direito?”. Ou ainda, “como arrumou dinheiro para pagar o curso de Medicina, que dizia ser tão caro?”.


Com todo respeito, eu respondo:


“VAI CUIDAR DA SUA VIDA, amigo (a)! Procure o que fazer!!! Não questione mais...Reflita e comece a viver de verdade. Fuja da acomodação. Lute! Faça a sua parte!!! Aja e produza felicidade para si”.


E olha, caro leitor, sinceramente, se a história dessa mulher, de 51 anos, não lhe convenceu ou pouco lhe comoveu, eu só posso lhe dizer uma coisa: “FAÇA MELHOR, SE FOR CAPAZ”. Seja, pelo menos uma vez, o autor de sua própria história. E se algum dia tiver algo relevante para me contar, saiba que eu terei o imenso prazer de passar adiante, usando-o, inclusive, de exemplo para muitos.


Sucesso!!!


Biografia:
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