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Nem azul, nem vermelho, nem verde: o Brasil é brasileiro
Joseph Shafan

Algumas tentativas da mídia em criar uma geografia distorcida, baseada nas últimas eleições, não passam de 'sambas de crioulo doido' (como dizia Stanislaw Ponte Preta - Sergio Porto).
Basta um simples exame da apuração para verificar-se que não há 'tintas' separando esse ou aquele eleitorado. Nessas eleições presidenciais, por exemplo, 4 (4,6 em realidade) dentre 10 eleitores de São Paulo, votaram na vencedora. No Rio Grande do Sul cerca de 5 a cada 10 eleitores também votaram na vencedora. No Paraná também foram 4 entre 10 (na verdade 4,4). Como também em Santa Catarina 4 (4,3) eleitores a cada 10 votaram na vencedora. No Mato Grosso do Sul foram 4 (4,4) a cada 10 os eleitores da vencedora. Em Goiás a vencedora obteve cerca de 5 votos a cada 10. Em Mato Grosso identificou-se 4 (4,8 na verdade) eleitores a favor da vencedora. Em Rondônia se repete: 4 (4,7 na realidade) a cada 10. Se em Roraima (3,3) e Acre foram 3 a cada 10 eleitores, no Espírito Santo foram cerca de 5 a cada 10 eleitores confiando na vencedora seus votos.

Do mesmo modo, o candidato derrotado obteve no Rio de Janeiro cerca de 4 a cada 10 eleitores a seu favor. Em Minas Gerais também 4 dentre 10 eleitores lhe confiaram os votos. No Distrito Federal também 4 (na realidade 4,7) a cada 10 eleitores lhe concederam votos. Se na Bahia e no Amapá o candidato derrotado teve cerca de 3 a cada 10 votos, em Sergipe, Alagoas e Pará obteve 4 (em verdade 4,7) a cada 10. Se em Pernambuco, Maranhão, Amazonas e Ceará o candidato derrotado obteve apenas cerca de 2 a cada 10 votos, no Rio Grande do Norte e Tocantins teve novamente 4 a cada 10 eleitores a seu favor.
A construção estapafúrdia de um mapa eleitoral em 'tintas sólidas' é uma deformação da realidade dos dados que mais uma vez promove o preconceito e, com ele o ódio, numa 'divisão' mendaz, mais uma falácia no desejo midiático de desqualificar o eleitor brasileiro.

A nação brasileira vem trilhando os passos necessários numa jovem democracia e precisa mais é de incentivo à cidadania e ao conhecimento, pelo menos, dos elementos fundamentais presentes na Constituição para constituir-se num efetivo Estado republicano, mantendo o social (a maioria) no centro do planejamento de governos e a consequente integração de todos os brasileiros na dignidade de ser brasileiro.

Essas tentativas da mídia são bem a cara daqueles que (estupefatos?) se colocam como cegos, mudos e surdos diante de uma realidade patente. Às perguntas dos 'como' e 'porquês' de uma aprovação histórica (86%) do governo que finda, as respostas estão bem aí, à disposição de quem, com honestidade em caráter, simplesmente verifique as transformações erigidas. Os dados e as informações, numa clareza incontestável, podem ser observadas aqui e lá fora. Como já descrito em todas as línguas do planeta, foi integrado socialmente em situação de decência o equivalente à população da França (com 'c' cedilha) no recente governo. Ademais, a distância cruel entre ricos e pobres foi paulatinamente reduzida. Essas e outras representações, suficientes para esclarecer 'como' e 'porquês' podem ser vistas, ouvidas e comentadas, mas a mídia separatista ainda se opõe. Prefere envenenar alguns cidadãos (muitos dos quais se deixam) muito mais no intuito de 'favorecimentos' históricos anti-democráticos.

Para o governo que surge no horizonte, muitos desafios em necessidades urgentes necessitam ser encarados, como por exemplo uma Reforma Política que traga, dentre outras coisas, clareza dos partidos em ações políticas republicanas ao invés de interesses em amealhar benesses; uma Reforma Fiscal que determine uma mais justa arrecadação e re-distribuição aos contribuintes, permitindo um conforto nas iniciativas desonerando os assalariados; uma Reforma Ambiental que além de melhor preservação, povoe as fronteiras, ademais as Amazônicas, com eficaz presença do governo federal; uma Reforma Agrária que não só fique preocupada com os assentamentos, mas muito mais com a cidadania que desemboque numa desfavelização; uma Reforma Educacional que atenda em primeiro lugar o Estatuto Da Criança e Do Adolescente, lei que exige responsabilidades definidas e que devem ser instituídas imediatamente, o que requer também o embasamento na cidadania (tem gente ainda crendo que a responsabilidade da educação é da escola, mas é intransferível dos pais, coisa que o Estado deve esclarecer e fazer prevalecer); uma Reforma Sanitária que cubra o imenso déficit ainda persistente (há muito o que se fazer); uma Reforma na Segurança que finalmente una os policiais, com aparelhamento devido, inclusive com salários dignos.

Tudo isso e muito mais só se tornará realidade republicana a partir do escárnio a essas tentativas midiáticas de retrocesso embasadas na divisão. O Brasil não é azul, nem verde, nem vermelho, nem é branco, nem negro, nem mulato, nem índio, nem pardo. O Brasil é da soma dos brasileiros, das crianças, dos jovens, dos idosos, pátria, solo fértil, vidas.


Biografia:
Escrevo porque gosto de transmitir em palavras o que penso.
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