Ela não esperava – elas nunca esperam.
Quando o som do celular quebrou o silêncio de seu quarto, a garota sentiu seu coração bater mais forte. Ele.
.:: Pequeno fato sobre as mulheres ::.
Sempre há um “ele”
Ela hesitou alguns instantes, mas atendeu. Silêncio. Durante curtos segundos, a garota ouvi uma respiração ritmada do outro lado da linha. Cansou-se do silêncio e então falou:
“Oi?” – Apenas respiração. Ela começou a se irritar; ela sempre se irritava.
“É você?” – Ela sabia que era ele. Mas queria saber que sabia. Não há provas sem confirmações. A mente da garota já zunia com uma pergunta: por que o silêncio? Ela não gosta de silêncio – não o silêncio dele.
“Me desculpe.” – Pela primeira vez a voz dele rasgou a paz dissimulada que imperava nos ouvidos da garota. Garota cujo coração agora doía. Doía daquele jeito. Do jeito que ele tanto sabia, da maneira que tanto sofrera. E que prometera jamais sofrer – promessas foram feitas para serem quebradas.
.:: Pequeno fato sobre os homens ::.
Homens quebram promessas – e corações
Ela não precisava ouvir mais nada. Mas queria:
“Desculpar você pelo o quê?” – As palavras vieram, avessas, rebeldes, lutando com suas inexistentes forças para não saírem. Não, não e não. Ele me ama. Ele não faria isso. O peso da verdade caiu sem piedade sobre ela.
“Não dá mais.” – Disse a voz, apática, no outro lado da linha. O chão da garota fugiu, assim como seu ar. Não, eles não fugiram; o ar e o chão deixaram de existir – o coração da garota, ingênuo, reclamou. Ela então largou o telefone, pois não precisava mais dele. Queria largar seu coração também – não precisava mais dele.
Sem lágrimas, sem lágrimas, repetiu ela. Falhou.
.:: Pequeno fato sobre corações ::.
Eles escolhem errado
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