Não tinha dormido bem a noite. Por motivos que desconhecia, naquela manhã, estava agitado e ligeiramente angustiado. Levantei-me, logo em seguida, bem cedinho, até bem mais cedo do que de costume, e fiz a minha oração de rotina.
Ao me levantar, passei pela cozinha, e tomei um gole de café frio, sem açúcar. A temperatura ambiente havia amanhecido gostosa, soprava um ventinho que teimava jogar os meus cabelos para um lado e outro. Meio desligado, comecei a andar para um lugar e outro no meio do terreiro da minha casa, e não me preocupei, com trabalho daquele dia. Aos poucos, afastava-me de casa. Comecei a caminhar sem rumo definido, e não andei muito, até encontrar uma estrada cavaleira que passava bem próximo, onde procurei um tronco de madeira qualquer, nas suas margens, onde pudesse me assentar. O vento fresco daquela manhã, parecia querer acariciar ao meu rosto, más ao mesmo tempo, para me despertar, soprava jatos de poeira da estrada, que quase me sufocava. Passava o vento, a poeira, os cavaleiros. Passavam bois, boiadas, a estrada aos poucos, ia readquirindo a sua movimentação de rotina. Nem mesmo sei, por quanto tempo ali permaneci sentado.
Não percebi que as horas passavam. Mantinha um olhar vago e incerto ao longo de um trecho da estrada, na esperança talvez, de algo, que pudesse surgir da próxima curva.
João Carlos de Oliveira
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