Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
ARTE em MOVIMENTO
Tânia Du Bois

“De quantas gotas se farão as águas...” (Ernani Rosas)

     Águas são artes em movimento, representam mudanças de rumo na produção literária, como nos poemas de Carmen Presotto:

      “Vidráguas // Porque chove / Tudo é água / que empoça
       e ambacia / Tudo é lágrima / que sublima, condensa e lava //
       Porque choro / Chovo mais que o céu / Transbordo-me /
       Parto palavras / Como se ossos se liquefizessem... “

     e de Lindolfo Bell:

       “Águas entre águas // Em outras águas. / As chamadas
        entreáguas. / Onde a dor liquefaz o homem e o derrama
        em lágrima / sobre a própria face. ////... Em águas /
        vindas de inesperadas vindimas da constatação /
        o homem se vê / no espelho das águas / e vê mais
        do que o espelho pode ver.”

     São poemas em transição, isto é, suas águas têm movimentos que renovam a palavra, não as repetem e têm como característica a descontinuidade, passando pelo processo de transformação, mas sempre conservando sua unidade.
     Digo que vão além, o que significa que vão mais fundo, que são levados pelas correntes literárias mais avançadas. No entanto são transparentes ao significante como natureza poética.
     Vejo nos poemas de Carmen e Lindolfo o compromisso para com a sensibilidade e, ao mesmo tempo, em textos despojados, revelam uma criação poética com grande questionamento no campo da estética e da linguagem.
     A ponte entre eles são as águas pensadas como alvo, que contam através da poesia a trajetória dos momentos marcantes às margens da arte, como jogo de sons em que se pode sentir o desejo da liberdade, provocando modificações expressivas: concordo que há sempre movimentos de correntes subterrâneas – e subjacentes – que mantém o equilíbrio entre a percepção e a beleza das palavras, mesmo que saturadas de significados.
     No movimento das águas temos o encontro cultural entre fontes da poesia, capazes de condensarem as aspirações com que as palavras ganham ressonância em nossa memória.
          
              “As águas do tempo refletem as paisagens da alma.”
                                                         (Dora Ferreira da Silva)


Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
Número de vezes que este texto foi lido: 59458


Outros títulos do mesmo autor

Artigos PARCEIRA DO TEMPO Tânia Du Bois
Artigos EM PASSOS PESSOAIS Tânia Du Bois
Artigos AUTÓGRAFOS Tânia Du Bois
Artigos SEDUZIR A PRÓPRIA MORTE Tânia Du Bois
Artigos Papel & Imaginação Tânia Du Bois
Artigos A CASA Tânia Du Bois
Artigos BATE bate CORAÇÃO Tânia Du Bois
Artigos LIVROS E LOMBADAS Tânia Du Bois
Artigos MAL de AMOR Tânia Du Bois
Artigos NA LINHA DO TEMPO: Solha & Mulheres Notáveis Tânia Du Bois

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 21 até 30 de um total de 340.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Criação - valmir viana 60056 Visitas
Viver! - Machado de Assis 60056 Visitas
ABSTINENCIA POÉTICA - JANIA MARIA SOUZA DA SILVA 60048 Visitas
Fazendo bolo - Ana Mello 60042 Visitas
a historia de que me lembro - cristina 60041 Visitas
ELA - sigmar montemor 60037 Visitas
"Esbarrando no amor" - mayana tellys 60017 Visitas
O Senhor dos Sonhos - Sérgio Vale 60012 Visitas
Jazz (ou Música e Tomates) - Sérgio Vale 60007 Visitas
Meu desamor por mim mesmo - Alexandre Engel 59995 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última