Vida AmarradaII
O retorno do Cacique Pau-de-Bater-Em-Doido(Lenda Dupiniquim)- É do Piniquim mesmo...
Conta uma velha lenda da tribo Dupiniquim (que só Deus sabe como esse autor que vos escreve aprendeu!), que Touro Agachado e Perereca Fogosa estavam tão apaixonados que foram procurar o Pajé Cabra-da-Peste para que lhes desse uma mandinga ou patuá, que eternizasse sua paixão.
O pajé, que estava bebendo a terceira das quatro garrafas de cachaça que trocara com o homem branco pelas suas duas filhas adolescentes, pitou o cachimbo recheado de cânhamo, cheirou uma carreirinha dum pó branco que estava sobre o espelhinho que trocara pela última esposa e sentenciou:
-Tem uma coisa, mas é muito difícil mizifio! Primeiro, tu, Touro Frouxo, vais até a serra do Macaco Priáptico e colocas a cabeça em um buraco por duas noites e dois dias. E tu, Galinha Safada, entra na minha tenda e deita na minha rede, que eu já vou lá...
-Errr... Pastor! Meu nome é Touro Agachado e o dela é Perereca Fogosa...
- Foi o que eu disse Chifrudo Tonto... e Pastor é a mãe!
Para não entrar em uma discussão com o sábio, o guerreiro empreendeu a caminhada de dois meses até a Serra do Macaco Priáptico. Lá chegando, encontrou um buraco e manteve heroicamente a cabeça lá dentro por dois dias. Heroicamente, porque Tupã, o irmão de Baco, chegado numa sacanagem, mandou os macacos fazerem fila na bunda do
coitado. Dizem que teve até um mico que colocou uma plaquinha ao lado das nádegas gloriosas: "SEXO CASUAL, AQUI!". Isso sem contar os mosquitos e as abelhas.
Findo o prazo, Touro Agachado retornou bravamente para a aldeia, onde Piranha Safada, ops! Perereca Fogosa o aguardava, com um bucho de três meses. Desiludido, Touro Agachado voltou para seus macacos, que ao menos o tratavam com muito carinho e consideração.
Moral da História: tenho que descobrir o que andam colocando nesse negócio que eu tô fumando.
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