Hoje é um dia comum no Brasil, e por capricho da natureza, é verão! Um novo momento parece surgir na vida de cada pessoa. Aqui e em algumas nações do planeta Terra, começaram as campanhas publicitárias natalinas, cujo objetivo, é a venda de produtos disfarçados nas barbas de um Papai Noel, com ou sem trenó. O que é o Natal? “É a solenidade cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo. A data para sua celebração é o dia 25 de Dezembro, pela Igreja Católica Romana e, o dia 7 de Janeiro, pela Igreja Ortodoxa.” (Fonte: Wikipedia).
Repensando os caminhos ou descaminhos - a palavra Natal - rima com ocidental; que também rima com comercial; e por conseqüência, deturpa o verdadeiro sentido natalino: fraternidade. Na seqüência dos fatos, aparece outra palavra da mesma grandeza de Natal: Ética: "é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto e Ético é relativo à ética" (Fonte: dicionário - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira).
Vive-se em um mundo de competições. O sucesso individual de cada indivíduo é alheio às realizações e triunfos coletivos. Quem não sentiu o ego sair da própria cabeça e engolir outras cabeças? A sensação é de onipotência. A vaidade - embora oculta - envolve qualquer mortal. É algo natural no ser humano, seja ele: materialista ou espiritualista; culto ou inculto. Algumas análises natalinas...
1. Nos próximos dias, a mídia mostrará vários Papais Noés promovendo a venda de diversos produtos, das grandes e pequenas agências publicitárias. São presentes para a noite natalina. Alguns destes, são Made in Paraguai ou Made in Qualquer País. Outros possuem o selo de qualidade Made in Brazil. As mercadorias importadas, exportadas ou deportadas, passarão pelo controle alfandegário nos portos e aeroportos brasileiros?
2. Em 25 de dezembro, algumas famílias estarão reunidas e rodeadas à mesa farta de iguarias. O repertório será eclético, com Jingle Bells (J. Pierpoint) nas versões russas, alemãs, portuguesas, francesas, italianas, inglesas, e até japonesas. Nas periferias das grandes cidades, a mixagem de Jingle Bells - versão musical Hip Hop e sem DJ - poderá ter a participação de balas perdidas, num sonoro tiroteio, ecoando e acoplado como contraponto musical. As harmonias ou desarmonias da nova versão da música serão os diferenciais nos recitais de Natal do Brasil. As harpas, percussões, coro e metais da bela canção natalina são apenas detalhes de produção.
3. Jesus Cristo (o messias) estará presente como autor e convidado do evento chamado Natal. A distribuição de pão para os menos favorecidos - efetuada por seguidores e simpatizantes cristãos - saciará momentaneamente, o fantasma da fome na maioria dos continentes. Na capital federal, Brasília (meia-noite), o programa Fome Zero será concorrente da milenar noite de Natal. O ex-presidente Lula poderia concorrer ao cargo de Papai Noel honorário!
4. Os governantes, competentes e incompetentes - das várias nações - anunciam nas mídias suas realizações. Eles estimulam o consumo e conseqüente crescimento econômico. É saudável! O sucesso da grande ou pequena festa em comemoração ao Natal, é o reflexo dos índices positivos dos últimos meses em qualquer país. E a falta de divulgação dos valores gastos com armas e guerras? Com certeza, estes citados valores aplicados na destruição humana ou suposta manutenção da segurança dos países, serão superiores aos disponibilizados na compra de pães para a conhecida ceia de Natal. As máscaras podem cobrir os olhos críticos de quem informa, mas não, de quem observa!
5. O que o Papai Noel vai carregar em seu trenó no Afeganistão? Serão bombas, tanques de guerra, aviões de combate, mais soldados estrangeiros ou a paz? Sabe-se que crianças morrem todos os dias, naquele e outros lugares, onde existem conflitos políticos, ou reina a corrupção e miséria. O direito à vida passa a ser apenas um índice do Fundo das Nações Unidas para a Infância (em inglês United Nations Children's Fund - UNICEF), quando as nações civilizadas fecham os olhos aos problemas. O grande messias, Jesus Cristo, deve ser filho de um Deus multinacional e multirracial. Talvez seja o primogênito do Deus adorado nos EUA, Europa, Ásia, Américas do Sul, Central e do Norte, África, ou ainda qualquer lugar do Universo, se a vida existir lá fora. A história moderna - segundo a teologia - sabe que Jesus Cristo nasceu sem pátria!
6. Ao longo do ano, a sociedade procurou incentivar, quase sempre, os vencedores das pirâmides humanas, buscando os mais qualificados do mercado, e em todas as áreas. Os poderes públicos e privados selecionaram as pessoas mais capacitadas, vias concursos ou forma - quem indique. Regra quase geral: os classificados serão sempre os mais fortes ou bem articulados politicamente, ou aqueles que possuem boa aparência, educação e cultura, ou por último, aqueles que não possuem escrúpulos. Onde está a ética? E os mais fracos? A conduta de presentear - incentivada pela mídia e aceita pelo público - não será uma forma de indenização entre indivíduos, motivada por alguma afronta aos princípios éticos?
Buscar o sucesso sem limites, ou aceitar sem questionamentos, que os mais fortes massacrem os derrotados nas competições diárias, é a confirmação da existência da falta de ética! É igual ao espírito natalino, moderno e comercial, sem as idéias humanitárias de um Jesus Cristo autêntico, humano e que foi fonte do humanismo.
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