Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Alguns curtos
poemas
ieda estergilda de abreu

Resumo:
a última sedução, um corvo na janela, visões na bruma

**Boris

O último que me seduziu não combinava com meu quadril que se deslocava lento entre pedras e panos deixados na areia das tardes, longe do resumo das janelas olhos quadrados.
Lembrar é só lembrar, Boris, me ponho aos teus pés em pensamentos, cataventos, palavras e toques.
Descanse, Boris, para o que te espera no tempo desperto, além das nuvens, do que passa se constrói e se transforma. Além.

Precisa varrer todo dia, Bóris, senão a poeira cobre,
faz tapete com seu pó quase indissolúvel.
A poeira dos dias baila na transparência da luz
e desaparece por enquanto.
Precisa varrer para firmeza dos pés no bailado do dia
na busca da felicidade e da poesia.

Na queda deslize vertical, a folha esbarra na poeira do outono.

** Comentando Edgar Allan Poe

Era só um corvo bicando na janela fria
ele que desconhece qualquer lado de dentro
ele dos ares ancestrais
o que se dissolve na noite,
um corvo como se fosse uma mulher
a dizer para um homem: nunca mais.


** Para Nardja,

a que me pegou a mão e me jogou pela escada em aspiral, eu que encontrasse a saída no fundo dos olhos.
Ela não podia estar ali só para entender, enquanto lágrimas de sargaços molhavam os pés da moça da estátua na noite do Sena, na noite de todos os rios do mundo.
O rio que corria ao contrário e a massa de óleo amedrontavam barcos que voavam pelas mãos de homens fugidos da moça em chamas.
Ela que não parava em lugar nenhum, por mais que seus segredos e símbolos pesassem como asas não resolvidas.
Seus passos eram plumas que deixavam marcas do gelo que lhe corroía, o aconchego se perdera no sonho, no rio que não voltava, não seguia, o rio difícil.
O café mais próximo parecia um barco perdido no mar de brumas, neons e olhares se diluíam, pálpedras repousavam na janela.
O encontro do dia seguinte já acontecera, estava vazia de tempo, suspensa nas próprias sensações.
Transparentes setas de chuva anunciavam a estação das formigas, das vespas e de meninos perdidos.
Muito antes que amanhecesse, ela fincou nos olhos estacas de luz.


Biografia:
Escritora, jornalista, autora dos livros de poesia: Mais Um livro de Poemas, Grãos e A véspera do Grito; O Jogo do ABC, infantil.
Número de vezes que este texto foi lido: 52812


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Alguns curtos ieda estergilda de abreu


Publicações de número 1 até 1 de um total de 1.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68995 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57910 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56746 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55822 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55076 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 55013 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54890 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54873 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54778 Visitas
Coisas - Rogério Freitas 54745 Visitas

Páginas: Próxima Última