A TERRA CHORA
Choro pela ingratidão e destruição,
Pranto de mágoa sofrido.
Reclamando da negligência e ambição,
Pranto que não é ouvido.
Sinto que a minha sorte
Está próxima do fim,
E a minha morte
Não depende de mim.
Gemo de dor e terror
Pela natureza indefesa.
O "bicho homem" é um horror,
Só quer a minha tristeza.
Homens cegos de ambição
Poluem em sua volta.
Criaturas sem compaixão,
Já estão sentindo minha revolta.
De meu ventre tiram, com abundância,
Ouro e tantas riquezas.
O alimento para a existência,
Que doo com muita nobreza.
Possuo florestas verdejantes,
Cachoeiras ligeiras e rios caudalosos.
Incontáveis flores exuberantes
E animais majestosos.
Meu céu azul, cor de anil,
Agora cinza e só fumaça.
O progresso anda a mil
Nas mãos de pessoas falsas.
Da Terra animais sumirão,
E a criatura humana é culpada,
Por tamanha judiação,
Deixando a Terra desprezada.
Choro pelo porvir das gerações,
Pelos que agem com crueldade.
Por todos que só decepções
Causam a toda humanidade.
Maria do Carmo Marques Ramos
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Biografia: Escrevo poesias, crônicas, contos, indrisos. Publiquei dois livros de poesia. "Versos da Maturidade" em 2008 e em outubro de 2009 "Versos do Entardecer", pela Editora CBJE.Meu soneto "A LUZ DE TEU OLHAR" foi selecionada, pela CBJE, como um dos melhores do ano. Posto meus textos no site "Recanto Das Letras" |