Roça sua face
no tenro espelho
do céu;
impõe seu corpo,
de amêndoas,
ao sol para brilhar.
Conquista, aos poucos,
sem medir espaços,
sem correr em resmas,
sem tropeçar,
nas dores que ficaram,
e o que de mim restou.
Flora suas mãos,
de rápidos gestos,
e que apurem sempre
o verdadeiro amor -
aquele que amadurece
e cristaliza esperanças,
que aveludam crianças,
que nos torna sorvedouros de mel.
Me faça rei de seu
espaço,
e não arrede pé para
intrusos.
Esparge as mãos aos céus
de estrelas,
e tenta conquistar uma
igual sua imagem,
e faz coisa de esperanças;
além do meio,
entre o início
e nunca ao fim das coisas.
Neste vitral
que simboliza
nossa vida
você consegue
me fazer meio-dono
de suas conquistas.
Então, por um milagre,
de vida,
conquisto você
e amaino agora seu espírito
em tênues aspersos.
E, sereno,
com meus lábios
ressecados de sombras,
mas dono de um mercado
da esperança,
me faça senhor,
dono da tenda
de nosso amor,
agora, fincado
eterno, onde só
dormem anjos.
Se posso acreditar nisso,
posso acreditar no amor,
posso iluminar nossas vidas.
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