Tempo do tempo arguto,
que me leva às águas claras
de um lago que já foi tudo
onde até rosa-marinho dava.
Tempo dos presentes, dos vivos,
tempo que andavam no coração e nos
campos de flores ricas,
tempo que me diziam: me dê um abraço
que eu te dou um beijo
e canto uma canção.
Tempo dos tempos,sem idas,
os deuses, no entanto,
dele fizeram campo árido,
vazio e sem vida,sem encanto.
Hoje, se quiser vê-los
tenho a permissão da alça-de-porteiro:
é só chavear a porta, sem medo,
e abrir os portões
e a paz do campo santo vesgueiro!
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