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Saia de Azul
José Ernesto Kappel

feituras
de dourado-
faisão,
saem de suas
mãos ilhadas
de açúcar-limão.

mas,não chore -
parece assim
bem ilhada -,
pois de tão
próxima é,
que bem podia
ser minha
brilhante
afilhada.

um toque
sem vãos,
sem sermão,
fará sua vida
mais um espírito-
irmão.

e se não
te contaram
olha agora:

este homem,
de senso,
foi sua saída
prá sentida
dor fora
do comum.

assim penso.

um apaziguador de
feridas.

assim digo.

foi sua entrada,
para casa sagrada
dos
eternos.

assim,lastimo!

hoje,uma cruz
não é o bastante
- e isso eu garanto -
pra apaziguar
sua dor de luz!

mas de tanto
ressuscitar sua
imagem,
ergueu uma muralha
de meia-tristeza.

mas,

pegue a saia
de azul,
e beije um pássaro
mais atiço.

então,
faça dele
um novo príncipe,
e apazigue sua
imagem
no seu coração
afagado de dor -
como um lince ferido.

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