Trabalhador suburbano.
Christopher Santos
No início do dia,
Botar o sapato usado.
Não com muita alegria,
Mas conformado.
Não é motivo para euforia,
Este dia ensolarado.
Porque a cabeça ardia,
E o corpo ficava calejado.
E o patrão na gritaria,
Deixava-me mais estressado.
Dizia que eu só ganharia,
Os dias que foram trabalhados.
Sem saber o que faria,
Por ter sido despejado.
Sem saber para onde iria,
Minha esposa e meu filho amado.
Sem saber o que comeria,
Ou se meu filho havia almoçado.
Demitido pela porcaria,
Do patrão que eu nunca havia gostado.
E ao final do dia,
Em casa tinha chegado.
Vendo meu filho com alegria,
E minha esposa de banho tomado.
Sem graça pelo que diria,
Preferi deixar abafado.
E saí no outro dia,
E voltei como se tivesse trabalhado.
Não durou mais de um dia,
Fiquei muito envergonhado.
Para minha esposa diria,
Que sem motivo fui chutado.
Porque me chutaria,
Pela pele de achocolatado?
Com toda certeza seria,
Porque não sou alfabetizado.
|