Às margens da solidão
Do meu rio o leito corre,
Segue quase imutável
De inocência e graça
Seu curso perene.
Num caminhar perpétuo
Que de provações se encherá,
Culminando no que, outrora, fora
De inocência envolto, a um viver desraigado
De paixões revoltas, num mar aberto
Às emoções nunca dantes experimentadas.
Mas de temores meus olhos turvaram, qual frio da noite
Que gela as palavras,
E do peito lança fora o vigor antes habitado,
Da mocidade ingênua os males me acometem e
De um iminente oceano de paixões, se afligiu
Minh'alma,
Que a solidão margeia no seu eterno desafio.
Que de graça e inocência se revista e
Quem sabe eu, volte a ser apenas rio.
20/07/07
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