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Madrugada muito louca
O que faria se não escrevesse?
Yago Sales

Resumo:
Quem sabe eu ficasse intacto. Viraria uma estatua sendo vitima do defeco dos pombos da praça. Mas eu resolvi libertar-me. Escrever é libertar-se.


        Agora são quase 3 horas da madrugada. Já escrevi duas histórias: O pai do gay intolerante. Escrevi também que o garoto meteu na vizinha, engravidou-a e teve de casar. Fico imaginado o que eu faria senão escrevesse. O que faria?
     Quem sabe eu ficasse intacto. Viraria uma estatua sendo vitima do defeco dos pombos da praça. Mas eu resolvi libertar-me. Escrever é libertar-se. Quando estou triste, ou feliz escrevo. Não consigo fazer mais nada senão escrever.
     Uns dias atrás eu bati o recorde, escrevi cinco textos num só dia. Saíram umas merdas de textos e os odiei. Os postei. Por que me odiei? Odiei-me por que o que escrevo sou eu mesmo. O que escrevo é a mais pura descrição da minha existência. As frases construídas acima do que eu sinto são indiscutivelmente o que se passa dentro de mim.
     Já escrevi para exibir-me. Já escrevi para protestar. Já escrevi para ser lido como escritor bom pra caramba. Hoje escrevo para me ver livre de culpas. Escrevo para aproximar-me, sem opressão, da liberdade que somente as palavras nos proporcionam.
     Implorei por leitores. Sic Putz, até que consegui. Tem gente que me lê de verdade. Dá uma vontade de chorar. Eles gostam, comentam. Isso é bom. As noitadas de escritas são válidas quando sou lido, não que isso seja a causa do que escrevo, já que, falando de novo, é minha liberdade.
     Eu tropeço muito na gramática. Na escola aprendi a gostar desta matéria já no final do ensino médio. Tarde muito. Tem um lance de adverbial. Que coisa louca. Mas existem outras coisas mais legais. Bem que eu gostaria de voltar para o ensino fundamental. Prestaria atenção, sério, em tudo que se relacionaria a nossa língua. Converteria-me no nerd em Português da turma.
     O tempo passou. O jeito agora é estudar em casa mesmo. E, bateu o sono. Boa noite. Posto este texto algum dia. E, ah deixa pra lá. Estou ficando louco aqui neste sono de doido.


Biografia:
Yago Sales, 17 anos, nasceu, estuda, trabalha, vive e busca inspiração em Goiânia, capital de Goiás. Escreve para lavar a alma. Tem inúmeros textos publicados em jornais, blogs, sites. Blog: www.blogacessolivre.com.br
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